No sábado à tarde, uma jovem foi assaltada e esfaqueada por três garotas ao deixar a praia em direção ao carro
Andar
por Fortaleza tem sido cada vez mais desafiante e preocupante para boa
parte da população, em se tratando do quesito segurança. São registros
de roubos a mão armada, sequestros relâmpagos e até assassinatos, o que
tem deixado os cidadãos cada vez mais apreensivos. Na Praia do Futuro,
por exemplo, um dos points mais visitados da Capital, essa violência
urbana vem assustando moradores e frequentadores do local.
Mesmo
com relatos de assaltos constantes, o local segue com grande visitação,
especialmente aos domingos. Contudo, há aqueles que por medo, deixam de
visitar à praia com frequência ou abdicam totalmente de estar lá Foto:
Bruno Gomes
A última ocorrência por pouco não virou
tragédia. No início da tarde do último sábado (5), uma jovem que deixava
uma confraternização em uma das barracas foi assaltada por três garotas
e esfaqueada nas costas duas vezes. O caso aconteceu no momento em que a
vítima se aproximava de seu veículo. A médica Larissa Costa Amorim, 23,
foi socorrida por amigas e encaminhada ao Hospital Regional da Unimed
(HRU), onde passou por uma cirurgia.
De acordo com o pai, o
também médico Tibério Amorim, o estado de saúde dela é estável e sem
risco de morte. No entanto, o reparo mais demorado, desabafa ele, será
no psicológico da família. "No aspecto físico ela se recupera de uma
forma bastante rápida e positiva, já no psicológico essa recuperação
promete ser bastante longa para todos nós, em virtude de como ocorreu o
ataque", ressalta.
O médico afirma que essa já é a quarta vez que
a filha sofre assalto, e a primeira onde ela sai ferida. Sobre
policiamento, ele comenta que, conforme relato da filha, não havia no
momento da agressão. "Ali se trata de um ponto turístico, que
supostamente seria mais guardado, mais observado, imagina em locais
menos favorecidos", acrescenta.
Ainda segundo ele, o sentimento
de insegurança é total, o que gera uma revolta em virtude de se
considerar cumpridor de seus deveres de cidadão que paga seus tributos
em dia. "Estamos aqui em um salve-se quem puder. O Estado é ausente na
proteção dos cidadãos e exatamente aqueles que o sustentam. O nosso
sentimento vai muito além da indignação, ele é um misto de revolta que
toma conta do pensamento da gente", diz.
Movimentação
Mesmo
com relatos de assaltos na Praia do Futuro constantes, o local segue
com grande visitação. Com um sol convidativo, o movimento foi intenso na
manhã de ontem. No entanto, há aqueles que deixaram de ir ao local com
frequência ou abdicaram totalmente do lugar. Muitas barracas de praia
investem em segurança particular, mas ainda sim, não é suficiente para
deixar muita gente mais tranquila.
A garçonete Adriana Silva, 26,
afirma que há tempos deixou de frequentar a Praia do Futuro, e só o faz
quando precisa acompanhar uma pessoa que não conhece o lugar.
"Trabalhava por aqui há três anos e a realidade era diferente.
Aumentaram os bandidos e policiamento a gente não vê", reclama.
Com
receio, o taxista Sales Neto, 48, diz não trabalhar muito pela área, e,
especialmente no turno da noite, evita pegar pessoas na rua. "Só atendo
chamados em hotéis. Essa insegurança está hoje em todo o lugar da
Cidade. As pessoas andam apavoradas, com medo de andar até na própria
rua de casa. Policial tem e acredito que a falta de punição seja o
grande problema. A Polícia prende e no outro dia o bandido está solto
para cometer novos crimes. Absurdo".
A autônoma Isabel Cristina
de Carvalho, 32, lembra muito bem o último dia em que esteve na Praia do
Futuro, em outubro de 2011, quando foi assaltada por três bandidos ao
descer do transporte alternativo, na Avenida Dioguinho. Desde então, não
frequenta mais o local. "Não tenho mais vontade de ir, o que importa é a
minha segurança.
De acordo com o Coronel Fernando Albano,
Relações Públicas da Polícia Militar do Ceará, a extensão da Praia do
Futuro é coberta pelo Batalhão de Policiamento Turístico, reforçado com
as viaturas do Ronda do Quarteirão e do 8º Batalhão de Polícia Militar. O
policiamento é reforçado nos períodos de alta estação. Disse, ainda,
que já existe um planejamento estratégico operacional para intensificar o
policiamento naquela área.
RENATO BEZERRAREPÓRTER
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