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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Lula compara Sarney a Ulysses em sessão pelos 25 anos da Constituição

'O senhor merece minha homenagem pelo seu comportamento digno.'
Ex-presidente e atual senador discursaram no plenário do Senado.

Juliana Braga e Priscilla Mendes Do G1, em Brasília
O senador José Sarney (esq.) e o ex-presidente Lula durante sessão comemorativa dos 25 anos da Constituição no plenário do Senado (Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil)O senador José Sarney (esq.) e o ex-presidente Lula durante sessão comemorativa dos 25 anos da Constituição no plenário do Senado (Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou uma homenagem nesta terça-feira (29) ao senador e também ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) durante sessão comemorativa dos 25 anos da Constituição de 1988 no plenário do Senado Federal.
Lula comparou Sarney ao deputado Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte, por seu comportamento como presidente da República no período em que a Constituição foi elaborada.
"Tenho consciência que o senhor não teve facilidade e muito menos moleza. E eu quero colocar sua presença na Presidência [da República] durante o período da Constituinte em igualdade de condições com o companheiro Ulysses Guimarães porque em nenhum momento, mesmo quando o senhor era afrontado dentro do Congresso Nacional, o senhor levantou um único dedo, disse uma única palavra para criar qualquer dificuldade para os trabalhos da Constituinte, que certamente foi o trabalho mais extraordinário que o Congresso Nacional já viveu", disse Lula a Sarney.
Eu quero colocar sua presença na Presidência [da República] durante o período da Constituinte em igualdade de condições com o companheiro Ulysses Guimarães porque em nenhum momento, mesmo quando o senhor era afrontado dentro do Congresso Nacional, o senhor levantou um único dedo, disse uma única palavra para criar qualquer dificuldade para os trabalhos da Constituinte."
Luiz Inácio Lula da Silva a José Sarney
Sarney e Lula receberam a Medalha Ulysses Guimarães, destinada a homenagear pessoas que se destacaram na promoção da cidadania e do fortalecimento das instituições democráticas.
Lula comentou que, quando deputado constituinte pelo PT, era "muito jovem, muito impetuoso" e "mais ousado do que hoje". Disse que Sarney ouviu "desaforos" sem tentar interferir nos trabalhos da Constituinte.
"Já que Ulysses Guimarães não está entre nós, estão apenas as suas ideias e o seu comportamento, eu quero lhe dizer [Sarney], claramente, que o senhor merece minha homenagem pelo seu comportamento digno, como presidente da República, de permitir que nós disséssemos aqui dentro todos os desaforos que pensávamos que tínhamos direito de dizer ao senhor e, em nenhum momento, o senhor se sentiu afrontado por isso", afirmou.
Parabenizando Sarney, o petista também defendeu que os governantes devem estar preparados “para saber que não são donos do país”.
“Eu acho que para chegar a presidente da República, as pessoas têm de estar preparadas para saber que não são donas do país, são apenas donas de um mandato que tem tempo de validade, hora de chegada e hora de saída. E foi assim que o senhor se comportou. Parabéns”, disse.
Sarney
Antes de Lula, o senador José Sarney falou rapidamente sobre Lula no momento em que dizia que a Constituição Federal deu condições para que o Brasil alcançasse conquistas sociais.
Ele citou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, afirmou que Lula ampliou as políticas sociais e disse que a presidente Dilma Rousseff dá continuidade a esse projeto.

Sarney comentou ainda que, quando Lula escolheu Dilma como sua sucessora, muitos diziam que ela era uma “técnica”. “Mas eu posso dizer que ele não só escolheu uma técnica, porque ela esconde muito bem ser uma grande política”, declarou.
O ex-presidente Lula aproveitou o discurso para negar a versão de que o PT não assinou a Constituição. Segundo ele, os petistas votaram contra o projeto aprovado porque tinham um projeto próprio, que não foi adiante.
“Até brinquei outro dia na Ordem dos Advogados do Brasil que, se a nossa Constituição [do PT] tivesse sido aprovada, eu teria tido um pouco de dificuldade de governar o país”, brincou. Segundo ele, no entanto, o PT assinou, “como todos os demais constituintes”, o projeto aprovado.

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