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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Senado alcança acordo; Câmara sinaliza que votará plano

Proposta aprovada eleva o teto da dívida dos EUA até o dia 7 de fevereiro e desbloqueia o orçamento federal após duas semanas de paralisação

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama
Barack Obama aplaude acordo no Senado, diz porta-voz (Kevin Lamarque/Reuters)
A menos de 11 horas para que os Estados Unidos atinjam seu limite de endividamento, o Senado do país alcançou, nesta quarta-feira, um acordo para elevar o teto da dívida e pôr fim ao fechamento parcial do governo. Os senadores Harry Reid, líder dos democratas, e Mitch McConnel, da minoria republicana, falam neste momento no Capitólio sobre os detalhes do plano. O acordo bipartidário também teve o aval do senador republicano Ted Cruz, um dos principais críticos do Obamacare, o plano de reforma da saúde que se tornou o centro de toda a disputa fiscal. Segundo o porta-voz da Casa Branca, o presidente Barack Obama aplaudiu os esforços de Reid e McConnell em alcançar uma resolução para o impasse.
A proposta do Senado eleva o teto da dívida dos EUA até o dia 7 de fevereiro e desbloqueia o orçamento federal para reabrir a administração, paralisada parcialmente desde 1º de outubro, até o dia 15 de janeiro, dando tempo para o Congresso iniciar um debate sobre cortes de despesas e redução do déficit. Um comitê bipartidário será encarregado de negociar um acordo orçamentário de longo prazo, que deverá ser apresentado somente em dezembro. Os líderes Harry Reid e Mitch McConnell estiveram à frente das negociações, que foram retomadas na noite de terça-feira, depois que a Câmara não conseguiu votar um plano para tentar por fim ao impasse.
Em coletiva à imprensa logo após o anúncio oficial do acordo, Reid afirmou que o comitê que cuidará da questão fiscal nos próximos dois meses será presidido pelo senador Patty Murray e pelo deputado Paul Ryan. Ainda não há informações sobre qual Casa votará primeiro o acordo nesta quarta: Senado ou Câmara. Mas, assim que ambas passarem o projeto, o texto segue para ser assinado pelo presidente Barack Obama. "Essa não é a hora de culpar ninguém, é a hora da reconciliação", disse Reid, em seu discurso.
Já Mitch McConnell reconheceu que o acordo não é o que os republicanos esperavam, mas que ele é crucial para o país. "Hoje, o alívio que buscamos é reabrir o governo, evitar o calote e proteger os cortes históricos de gastos que alcançamos sob o Ato de Controle Orçamentário. Isso é muito menos do que esperávamos. Mas é muito melhor do que muitos solicitaram. Agora é a hora de os republicanos se unirem em direção a outros objetivos cruciais", afirmou.
Logo após o anúncio, o senador republicano McCain criticou a demora em se chegar a um consenso. "Foi um dos mais vergonhosos capítulos que eu já vi no Senado", afirmou. Já o republicano Ted Cruz afirmou que não bloqueará a votação no Senado, mas continuará se opondo ao projeto que congrega poucas das reivindicações do Tea Party, a ala mais conservadora dos republicanos.
Tudo indica que o projeto passará facilmente pela Câmara. Assessores do presidente da Casa, o republicano John Boehner, telefonaram mais cedo para líderes do Senado para informar que os deputados votarão o projeto de lei com prioridade, de modo a agilizar o processo. O assessor da liderança democrata na Câmara, James Clyburn, número 3 da Casa, disse ainda ao jornal The Wall Street Jornal que, se a proposta do Senado chegar ao plenário, a votação será hoje e haverá mais do que os 217 votos necessários para aprová-lo.
Caso um acordo até a meia-noite desta quarta-feira nos EUA (1h da manhã em Brasília) não fosse costurado, a maior economia mundial entraria numa zona tão inédita quanto perigosa, quando o Tesouro ficará praticamente sem recursos para cumprir com seus compromissos junto a alguns credores. Assim, o Escritório de Orçamento do Congresso estimava que entre 22 e 31 de outubro os Estados Unidos já não poderiam, pela primeira vez em sua história, honrar com os pagamentos programados.
Tal perda de confiança poderia colocar em risco a imagem do dólar, moeda de reserva mundial, e a dos bônus do Tesouro, considerados os mais seguros do planeta. Em função do impasse, a agência de classificação de risco Fitch colocou a nota dos Estados Unidos em revisão para rebaixamento depois dos inúmeros fracassos do Congresso em entrar em acordo sobre um aumento do teto da dívida do país.
(com agência Reuters)

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