Empresa de petróleo do grupo EBX, de Eike Batista, confirmou o que já era esperado pelo mercado, o não pagamento de juros no valor de US$ 45 milhões
OGX, de Eike Batista, tem dívida de US$ 3,6 bilhões em bônus no exterior
(Ricardo Moraes/Reuters)
Os juros se referem a uma dívida de 1,1 bilhão de dólares em bônus com vencimento em 2022, emitidos pela OGX Áustria, controlada da OGX. Seu não pagamento já era amplamente esperado, diante da crítica situação de caixa da petroleira. A ideia da petroleira é ganhar tempo para finalizar seu plano de reestruturação de dívida, uma vez que, de acordo com o contrato, tem até 30 dias para sanar o problema antes que seja penalizada.
A derrocada da OGX, que já foi considerada o ativo mais precioso do grupo de empresas de Eike, aumentou após sucessivas frustrações com o nível de produção da petroleira no ano passado. No início de julho, a companhia decidiu não seguir adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na bacia de Campos, antes consideradas promissoras, o que jogou ainda mais desconfiança em cima das promessas de Eike.
Com pouco dinheiro disponível e com o fracasso em sua campanha exploratória até o momento, em agosto a OGX desistiu de adquirir nove dos treze blocos que arrematou na última licitação de áreas de petróleo, economizando o pagamento de 280 milhões de reais ao governo por direitos exploratórios.
A OGX espera completar a venda de uma fatia em blocos de petróleo que possui para a malaia Petronas, para conseguir um alívio no caixa. A Petronas, porém, aguarda a conclusão da reestruturação da dívida da OGX para dar prosseguimento ao negócio de 850 milhões de dólares com a petroleira brasileira.
Ao todo, a petroleira deve cerca de 3,6 bilhões de dólares em bônus de dívida emitidos no exterior, sendo 1,06 bilhão de dólares que vencem em 2022 e outros 2,6 bilhões com vencimento em 2018. Os bônus para 2018 têm juros vencendo em dezembro. As consultorias Lazard e Blackstone Group foram contratadas para ajudar a OGX a resolver seu problema de dívida.
Recuperação judicial - Uma vez que a empresa declare recuperação judicial, ela deve criar um cronograma para saldar as dívidas e continuar funcionando, evitando, assim, a falência. A recuperação judicial equivale à antiga "concordata". Esse processo garante proteção da empresa contra ações judiciais de credores. Em geral, os funcionários são os primeiros a serem ressarcidos.
(com agência Reuters)
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