O Brasil que é um dos países com maior incidência de
raios por quilômetro quadrado em todo o mundo e o Paraná é o quarto
estado onde isso mais ocorre
Fernanda Trisotto
De
repente, o céu azul e ensolarado dá lugar ao cinza que logo fica quase
preto. Pronto, está formado o temporal, com direito a raios, relâmpagos e
trovões. Há pesquisas que indicam que o aquecimento global também está
colaborando para a formação de mais tempestades severas, o que faz com
que mais raios cortem os céus. Portanto, vale redobrar a atenção.No verão esse cenário de chuva é mais comum no Brasil, que é um dos países com maior incidência de raios por quilômetro quadrado em todo o mundo. De acordo com o Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Elat/Inpe), cerca de 60 milhões de raios atingem o solo tupiniquim todos os anos, quase dois por segundo. E o Paraná é o quarto estado onde isso mais ocorre: a incidência é de 11,3 raios por quilômetro quadrado em um ano.
Seus direitos
O consumidor que tiver prejuízos por danos elétricos causados por perturbação ocorrida no sistema elétrico pode pedir ressarcimento para a concessionária de energia. Saiba como solicitar:• O cliente tem prazo de 90 dias a partir da data da ocorrência para pedir o ressarcimento;
• Uma comissão analisa os pedidos e dá seu parecer;
• Solicitações de danos em aparelhos elétricos podem ser feitas pela internet, telefone, postos de atendimento da Copel ou Correios. Outros tipos de ressarcimento só na Copel ou Correios;
• Não é necessário apresentar documentos para registrar o pedido de ressarcimento. No entanto, fica a critério da Copel pedir mais informações para análise da solicitação;
• A empresa pode fazer uma inspeção no equipamento danificado, o que pode ocorrer em até dez dias corridos após o registro;
• O processo de ressarcimento é indeferido caso o cliente providencie a reparação, sem aguardar os prazos de inspeção;
• O resultado do pedido é informado em até 15 dias corridos após a vistoria ou do registro de solicitação. Já o pagamento sai em até 20 dias corridos da confirmação de deferimento;
• Outros tipos de danos, que não em aparelhos elétricos, serão analisados em no máximo 30 dias. Se deferido, o pagamento ocorre em até 90 dias corridos, a contar do recebimento da solicitação de ressarcimento.
Fonte: Copel
Correntes indiretas
Raramente uma pessoa é atingida diretamente por um raio – a chance média é menor do que um para 1 milhão, mas a probabilidade aumenta de um para mil se ela estiver em um descampado. Nesses casos, a morte é imediata. Em geral, as pessoas são atingidas por correntes indiretas, que vêm pelo chão. A corrente do raio pode causar queimaduras e outros danos ao corpo. Já as mortes são causadas por parada cardiorrespiratória.Prevenção
A diferença entre os dois é que apenas os raios se conectam ao solo. E depois do clarão, vem o barulho: o trovão é o som produzido pelo aquecimento e expansão do ar nessa região atmosférica. E seu barulho pode ser dos grandes: pode chegar a 120 decibéis, equivalente a um show de rock.
O coordenador do Elat, Osmar Pinto Junior, lembra que o relevo, a distância da costa marítima, a urbanização e a latitude geográfica influenciam na incidência dos raios. “O Paraná está entre os estados de grande incidência [no Brasil], sendo a Região Oeste a mais atingida”, comenta. Foz do Iguaçu, que fica no Oeste do estado, por exemplo, tem incidência de raios de 14,6 por quilômetro quadrado, contra 7 em Curitiba, na Região Leste, e 10 em Guaraqueçaba, no Litoral.
E se engana quem pensa que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. O dito popular é um mito – e a descarga elétrica não escolhe bem um lugar para cair. Na verdade, eles costumam “repetir” um local quando há condições de atração. Um exemplo é o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que é atingido anualmente por uma média de seis raios, de acordo com o Elat. Por isso, cuidar nunca é demais: no Brasil, entre 2000 e 2010, cerca de 1,4 mil pessoas morreram em decorrência de raios, e a maioria das vítimas eram homens e os acidentes ocorreram entre a primavera e o verão.
Tempestade
No meio de um temporal, o melhor é se proteger. Veja o que você deve fazer para evitar problemas com raios:
• Procure ficar dentro de casa e só saia se for absolutamente necessário;
• Se estiver na rua, busque abrigo em veículos não conversíveis, construções que possuam proteção contra raios, abrigos subterrâneos (metrô) ou construções com estruturas metálicas fechadas;
• Na rua, ainda evite segurar objetos metálicos longos, não empine pipas ou brinque com aeromodelos e não ande a cavalo;
• Tempestade não é hora de praticar atividades agropecuárias ao ar livre. Essa é uma das circunstâncias que mais matam pessoas no Brasil por causa de raios;
• Em casa, evite usar telefones com fio, se afaste de tomadas, canos, janelas e portas metálicas e não toque em equipamentos ligados à rede elétrica. Também cuide para evitar acidentes ao recolher roupas no varal;
• Evite lidar com material inflamável, em recipientes abertos;
• Procure não manusear estruturas e equipamentos metálicos, porque eles atraem as descargas elétricas;
• Alguns lugares devem ser evitados como pequenas construções, veículos sem capota, locais próximos de árvores e linhas de energia ou aqueles muito descampados, como praias e campos de futebol;
• Um para-raios protege a edificação, então, cuide porque acidentes por imprudência podem acontecer;
• Nosso corpo dá sinais de que um raio está prestes a cair nas proximidades: pelos arrepiados e pele coçando exigem atenção; Nesse caso, curve-se para frente e coloque as mãos nos joelhos e a cabeça entre eles. Não deite!
Fonte: Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Elat) e Copel
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