O presidente Luiz Inácio Lula da Silva volta a trabalhar no novíssimo Palácio do Planalto na próxima quarta-feira. Depois de um ano e cinco meses de reformas, a sede do governo federal — que também abriga a Casa Civil, a Secretaria de Relações Institucionais, a Secretaria de Comunicação Social e o Gabinete de Segurança Institucional — está pronta. A reportagem do Correio teve acesso, ontem, ao térreo, aos três andares e ao subsolo do prédio, que Lula desfrutará pelos próximos quatro meses e o novo presidente da República trabalhará a partir de 1º de janeiro do próximo ano.
O palácio foi inaugurado em 21 de abril de 1960 e, justamente por causa do tempo de funcionamento, precisou ter as estruturas elétrica, sanitária e hidráulica trocadas. Além disso, duas garagens subterrâneas, com espaço para 500 automóveis, foram construídas na lateral esquerda do edifício. A solução deve desafogar um pouco um dos principais gargalos da Esplanada dos Ministérios: a falta de estacionamento. No lado direito, foi criada uma passagem subterrânea que liga o palácio ao anexo do Planalto. A ideia é facilitar o trânsito dos funcionários entre as duas instalações.
Logo no térreo, ao entrar no prédio, é possível perceber a primeira mudança no ambiente em relação à disposição do comitê de imprensa, transferido para uma área no lado esquerdo do hall, atrás dos elevadores. Uma antiga sala usada para briefings e breves coletivas será ocupada pelos jornalistas. O primeiro andar, onde presidente e vice chegam ao subir a famosa rampa no dia da posse, não sofreu mudanças estruturais. Passou apenas por uma revitalização.
O terceiro andar, onde fica o gabinete presidencial, é o único a ter o piso completamente coberto com carpete, para preservar o local de ruídos excessivos. Ali, todos os tapetes foram trocados. Lá e em vários outros ambientes, muitos dos móveis foram substituídos por outros da década de 1960. O objetivo é remeter à época do presidente Juscelino Kubitschek, idealizador da capital. Esses móveis foram recolhidos de prédios públicos, catalogados e restaurados sob a supervisão da Comissão de Curadoria da Presidência, presidida por Cláudio Soares Rocha. O gabinete de Lula, no entanto, permanecerá exatamente do jeito que estava antes. O presidente não quis que houvesse qualquer alteração no local onde despacha.
Azulejos
As mudanças mais significativas estão no terceiro andar, onde ficam, por exemplo, os gabinetes da ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, e do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Armando Jorge Félix. Ao sair do elevador, o visitante depara-se com um painel de azulejos do artista Athos Bulcão totalmente restaurado. A obra ficava em um jardim de inverno, que foi desfeito. Aliás, no terceiro andar, todas as salas que ficavam viradas para a Praça dos Três Poderes, incluindo o GSI, foram extintas e deram lugar a um longo vão livre, valorizando a bela vista para o Congresso Nacional e para o Supremo Tribunal Federal (STF).
A reforma do Palácio do Planalto custou cerca de R$ 103 milhões e foi entregue com quatro meses de atraso. A partir de segunda-feira, a estrutura passa a funcionar normalmente, com todos os gabinetes instalados. Armando Jorge Félix, o chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, e o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Franklin Martins, inclusive, já estavam trabalhando no local ontem. Lula só volta na quarta-feira porque estará viajando, na segunda-feira, para São Paulo e, na terça-feira, para Mato Grosso do Sul.
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