SELVA

SELVA

PÁTRIA

PÁTRIA

domingo, 13 de janeiro de 2013

A corrida dos suportes para leitura digital chega ao Brasil

Saiba mais sobre a história dos livros digitais e a chegada dos e-readers no mercado nacional, no fim de 2012
Definir leitor digital é fácil: trata-se de um dispositivo eletrônico dotado de uma tela e de uma tecnologia de armazenamento para livros digitalizados. Alguns deles, possuem a função específica de leitura. Outros, como os tablets, são muito mais computadores portáteis capazes de realizar, entre outras, essa função.

A evolução que esses aparelhos representam diz respeito, principalmente, à portabilidade, já que vários livros podem ser carregados em um único dispositivo, que pesa, em média, entre 170 e 600 gramas. No infográfico, modelos de readers e tablets mais populares no mercado nacional, com suas respectivas fichas técnicas.

Outra vantagem aparente é o preço dos livros digitais, que no mercado dos Estados Unidos são, de fato, bem mais baratos. No Brasil, até então, isso não tem sido uma regra. A praticidade no ato da leitura também é uma vantagem, ainda que questionável por alguns. Acessando um texto nos dispositivos, pode-se fazer anotações sem "macular" o produto e, através de conexão wi-fi, pesquisar verbetes no dicionário.

Além disso, o controle de iluminação dos aparelhos permite que se possa ler em ambientes com muita ou pouca luz, nada indicados para impressos, como praia ou durante à noite, sem iluminação artificial.

Os livros podem ser adquiridos pela internet em lojas especializadas e em seções da maioria das grandes redes de varejo nacionais. Seu conteúdo utiliza os princípios do Gerenciamento Digital de Direitos, tradução livre para "Digital Rights Management", um meio de impedir ou amenizar a distribuição e o uso não autorizados de conteúdos digitais. Assim, o proprietário dos direitos de uma obra, um servidor de e-book, pode limitar o acesso, a cópia e até a impressão do material.

História

O primeiro leitor digital de que se tem notícia é, na verdade, o computador. No início da década de 1990, o conteúdo digitalizado era distribuído em CD-ROM. Mas muito antes, ainda em 1971, um jovem estudante da Universidade de Illinois, Michael Hart, deu início ao primeiro e mais duradouro projeto literário online: o Gutenberg Project.

Hart é reconhecido como o criador dos e-books, os livros digitais, pois, a partir desse projeto passou a digitalizar obras impressas e distribuí-las gratuitamente na internet. Em 4 de julho de 1971, Hart teve acesso a uma cópia gratuita impressa da Declaração da Independência dos EUA. Empolgado, decidiu, então, digitar o texto e transmití-lo a outros usuários na rede de computadores. Essa ação daria início à digitalização e distribuição de literatura em ambiente virtual - o trabalho e a vida de Hart por longos 40 anos.

No entanto, apenas em 1993 se registraria o primeiro programa específico para leitura em computadores, o Digital Book v.1 DBF. Para este software, o primeiro livro digitalizado foi "Do assassinato", de Thomas de Quincey. No mesmo ano, outros 50 títulos foram digitalizados e novos conteúdos foram disponibilizados na internet.

Os primeiros dispositivos para leitura de livros digitais datam de 1998, são eles o Rocket E-book e o Softbook. Livros em inglês começaram a ser vendidos em sites especializados no ano seguinte.

Amazon e Sony fazem parte da história dos livros e leitores digitais. A Amazon passou a comercializar livros digitalizados em 1995. Dez anos depois, a loja adquiriu o Mobipocket, um software leitor para PDA (Personal digital assistant, um precursor dos smartphones e tablets).

Essa estratégia chegou ao ápice em 2007, com o lançamento do Kindle, o leitor próprio da Amazon, que hoje é uma referência da tecnologia.

EUA x Brasil
Até hoje foram lançados três modelos do Kindle, além de uma versão para o iPhone. O dispositivo baixa conteúdo da Amazon Whispernet e possibilita acesso ao site Wikipedia. O formato é próprio do aparelho (AZW), mas outros formatos também podem ser executados. Atualmente, são quase 300 mil títulos disponíveis, sendo que trechos de obras são disponibilizados de maneira gratuita.

A chegada do Kindle ao Brasil ainda é notícia quente: em 19 de dezembro do ano passado, a Amazon anunciava a venda de seu leitor digital através do site da loja Ponto Frio e das filiais da Livraria da Vila, em São Paulo.

A versão básica do suporte, com tela e-ink (a "tinta eletrônica", que não emite luz) de seis polegadas, foi ofertada por R$299.

A versão do Kindle disponibilizada por aqui, entretanto, é a mais simples. Trata-se de um aparelho com 170 gramas - o que é menos do que um livro convencional. Além disso, as dimensões reduzidas facilitam bastante o transporte. O aparelho traz uma tela de 6 polegadas com alto contraste, capaz de exibir sempre imagens limpas e vivas. Diferentemente de tablets e outros dispositivos com tela de LCD, o Kindle pode ser lido como uma folha de papel real.

Antes da chegada do e-reader, a Amazon havia estreado sua loja de e-books no Brasil, em 6 de dezembro. O catálogo disponibiliza em torno de 1,5 milhão de livros, sendo 13 mil deles em português. Nesse mesmo dia, também o Google anunciava a abertura de sua ebook store no Brasil.

Mas o Kindle não foi o primeiro. Quem, de fato, estreou o mercado nacional de e-readers foi o canadense Kobo, lançado pela Livraria Cultura um dia antes da chegada da Amazon no Brasil. Cem reais mais caro do que o norte-americano, o Kobo chegou já com acesso a, aproximadamente, 12 mil livros digitais. De acordo com a Livraria Cultura, há ainda a pretensão de lançar novos modelos do Kobo, como uma versão de tela menor, além de um tablet com Android, que deverão chegar ao Brasil este ano.

FIQUE POR DENTRO
O pai dos livros digitais

O norte-americano Michael Hart (1947 - 2011) dedicou 40 anos da sua vida a um projeto iniciado na Universidade de Illinois, quando ainda era estudante. O Project Gutenberg tinha por objetivo digitalizar literatura para distribui-la gratuitamente. Ainda em funcionamento, o site gutenberg.org é detentor de um repertório de 40 mil ebooks gratuitos e mais de 100 mil disponibilizados através de sites parceiros, em 62 idiomas, entre eles o português.

MAYARA DE ARAÚJOREPÓRTER

Nenhum comentário:

Postar um comentário