Saiba mais sobre a história dos livros digitais e a chegada dos e-readers no mercado nacional, no fim de 2012
Definir
leitor digital é fácil: trata-se de um dispositivo eletrônico dotado de
uma tela e de uma tecnologia de armazenamento para livros
digitalizados. Alguns deles, possuem a função específica de leitura.
Outros, como os tablets, são muito mais computadores portáteis capazes
de realizar, entre outras, essa função.
A evolução que esses
aparelhos representam diz respeito, principalmente, à portabilidade, já
que vários livros podem ser carregados em um único dispositivo, que
pesa, em média, entre 170 e 600 gramas. No infográfico, modelos de
readers e tablets mais populares no mercado nacional, com suas
respectivas fichas técnicas.
Outra vantagem aparente é o preço
dos livros digitais, que no mercado dos Estados Unidos são, de fato, bem
mais baratos. No Brasil, até então, isso não tem sido uma regra. A
praticidade no ato da leitura também é uma vantagem, ainda que
questionável por alguns. Acessando um texto nos dispositivos, pode-se
fazer anotações sem "macular" o produto e, através de conexão wi-fi,
pesquisar verbetes no dicionário.
Além disso, o controle de
iluminação dos aparelhos permite que se possa ler em ambientes com muita
ou pouca luz, nada indicados para impressos, como praia ou durante à
noite, sem iluminação artificial.
Os livros podem ser adquiridos
pela internet em lojas especializadas e em seções da maioria das grandes
redes de varejo nacionais. Seu conteúdo utiliza os princípios do
Gerenciamento Digital de Direitos, tradução livre para "Digital Rights
Management", um meio de impedir ou amenizar a distribuição e o uso não
autorizados de conteúdos digitais. Assim, o proprietário dos direitos de
uma obra, um servidor de e-book, pode limitar o acesso, a cópia e até a
impressão do material.
História
O
primeiro leitor digital de que se tem notícia é, na verdade, o
computador. No início da década de 1990, o conteúdo digitalizado era
distribuído em CD-ROM. Mas muito antes, ainda em 1971, um jovem
estudante da Universidade de Illinois, Michael Hart, deu início ao
primeiro e mais duradouro projeto literário online: o Gutenberg Project.
Hart
é reconhecido como o criador dos e-books, os livros digitais, pois, a
partir desse projeto passou a digitalizar obras impressas e
distribuí-las gratuitamente na internet. Em 4 de julho de 1971, Hart
teve acesso a uma cópia gratuita impressa da Declaração da Independência
dos EUA. Empolgado, decidiu, então, digitar o texto e transmití-lo a
outros usuários na rede de computadores. Essa ação daria início à
digitalização e distribuição de literatura em ambiente virtual - o
trabalho e a vida de Hart por longos 40 anos.
No entanto, apenas
em 1993 se registraria o primeiro programa específico para leitura em
computadores, o Digital Book v.1 DBF. Para este software, o primeiro
livro digitalizado foi "Do assassinato", de Thomas de Quincey. No mesmo
ano, outros 50 títulos foram digitalizados e novos conteúdos foram
disponibilizados na internet.
Os primeiros dispositivos para
leitura de livros digitais datam de 1998, são eles o Rocket E-book e o
Softbook. Livros em inglês começaram a ser vendidos em sites
especializados no ano seguinte.
Amazon e Sony fazem parte da
história dos livros e leitores digitais. A Amazon passou a comercializar
livros digitalizados em 1995. Dez anos depois, a loja adquiriu o
Mobipocket, um software leitor para PDA (Personal digital assistant, um
precursor dos smartphones e tablets).
Essa estratégia chegou ao
ápice em 2007, com o lançamento do Kindle, o leitor próprio da Amazon,
que hoje é uma referência da tecnologia.
EUA x Brasil
Até
hoje foram lançados três modelos do Kindle, além de uma versão para o
iPhone. O dispositivo baixa conteúdo da Amazon Whispernet e possibilita
acesso ao site Wikipedia. O formato é próprio do aparelho (AZW), mas
outros formatos também podem ser executados. Atualmente, são quase 300
mil títulos disponíveis, sendo que trechos de obras são disponibilizados
de maneira gratuita.
A chegada do Kindle ao Brasil ainda é
notícia quente: em 19 de dezembro do ano passado, a Amazon anunciava a
venda de seu leitor digital através do site da loja Ponto Frio e das
filiais da Livraria da Vila, em São Paulo.
A versão básica do suporte, com tela e-ink (a "tinta eletrônica", que não emite luz) de seis polegadas, foi ofertada por R$299.
A
versão do Kindle disponibilizada por aqui, entretanto, é a mais
simples. Trata-se de um aparelho com 170 gramas - o que é menos do que
um livro convencional. Além disso, as dimensões reduzidas facilitam
bastante o transporte. O aparelho traz uma tela de 6 polegadas com alto
contraste, capaz de exibir sempre imagens limpas e vivas. Diferentemente
de tablets e outros dispositivos com tela de LCD, o Kindle pode ser
lido como uma folha de papel real.
Antes da chegada do e-reader, a
Amazon havia estreado sua loja de e-books no Brasil, em 6 de dezembro. O
catálogo disponibiliza em torno de 1,5 milhão de livros, sendo 13 mil
deles em português. Nesse mesmo dia, também o Google anunciava a
abertura de sua ebook store no Brasil.
Mas o Kindle não foi o
primeiro. Quem, de fato, estreou o mercado nacional de e-readers foi o
canadense Kobo, lançado pela Livraria Cultura um dia antes da chegada da
Amazon no Brasil. Cem reais mais caro do que o norte-americano, o Kobo
chegou já com acesso a, aproximadamente, 12 mil livros digitais. De
acordo com a Livraria Cultura, há ainda a pretensão de lançar novos
modelos do Kobo, como uma versão de tela menor, além de um tablet com
Android, que deverão chegar ao Brasil este ano.
FIQUE POR DENTRO
O pai dos livros digitais
O
norte-americano Michael Hart (1947 - 2011) dedicou 40 anos da sua vida a
um projeto iniciado na Universidade de Illinois, quando ainda era
estudante. O Project Gutenberg tinha por objetivo digitalizar literatura
para distribui-la gratuitamente. Ainda em funcionamento, o site
gutenberg.org é detentor de um repertório de 40 mil ebooks gratuitos e
mais de 100 mil disponibilizados através de sites parceiros, em 62
idiomas, entre eles o português.
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