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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Balança comercial tem pior superávit em 10 anos em 2012

Segundo o MDIC, o saldo acumulado do ano foi de US$ 19,4 bilhões; valor representou uma queda de 34,7% ante o apurado no ano anterior

Manobra de máquina, no Porto de Santos, litoral sul de São Paulo
O resultado anual foi US$ 10 bilhões (34%) menor do que no ano anterior (Ivan Pacheco)
Queda nas exportações foi observada em todas as categorias de produtos em 2012
A balança comercial brasileira registrou superávit de 19,43 bilhões de dólares em 2012. Segundo a série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), este foi o pior saldo dos últimos dez anos. O resultado decorreu de exportações de 242,58 bilhões de dólares e importações de 223,14 bilhões de dólares, informou o órgão nesta quarta-feira.
O resultado do ano passado foi 10 bilhões de dólares menor (queda de 34,76%) que o verificado em 2011, quando a balança brasileira fechou com saldo positivo de 29,79 bilhões de dólares. Em dezembro, o saldo ficou positivo em 2,25 bilhões de dólares, com vendas externas de 19,75 bilhões de dólares e importações de 17,49 bilhões de dólares.
Em novembro, a balança comercial brasileira registrou déficit de 186 milhões de dólares. O saldo negativo foi fruto de exportações que totalizaram 20,47 bilhões de dólares e compras no exterior de 20,65 bilhões de dólares. Segundo a série histórica do MDIC, o resultado de novembro foi o pior para o mês desde 2000.
No ano e em dezembro, o saldo comercial ficou, ainda assim, acima da mediana das estimativas de analistas. No primeiro caso, o intervalo das projeções ia de 17,8 bilhões de dólares a 21,1 bilhões de dólares, com mediana de 19,2 bilhões de dólares. Para o mês passado, as estimativas variavam de 600 milhões de dólares a 3,9 bilhões de dólares, com mediana de 1,6 bilhão de dólares.
Categorias  Todas as categorias de produtos registraram queda na exportações em 2012. As vendas externas de manufaturados caíram 1,7% ante 2011, ao passo que os semimanufaturados desabaram 8,3% na mesma base de comparação. Já os embarques de produtos básicos diminuíram 7,4% no período.
As maiores quedas no grupo de manufaturados foram as de laminados planos, açúcar refinado, automóveis de passageiros, óxidos e hidróxidos de alumínio e suco de laranja não congelado. Por outro lado, cresceram as exportações de etanol, óleos combustíveis, aviões e motores e geradores elétricos, bombas e compressores.
Nos produtos básicos, a queda nas vendas foi puxada por café em grão, minério de ferro, petróleo em bruto e carne de frango, mas aumentaram os embarques ao exterior de milho em grão, algodão em bruto, farelo de soja, fumo em folhas, carne bovina e soja em grão.
No grupo de semimanufaturados, as maiores retrações foram registradas nas exportações de semimanufaturados de ferro e aço, alumínio em bruto, ferro fundido, açúcar em bruto, celulose e óleo de soja em bruto. No entanto, subiram as vendas externas de ferro-ligas, ouro semimanufaturado e couros e peles.
Parceiros – A China terminou 2012 como principal destino das exportações brasileiras e como principal origem das importações do Brasil. As importações brasileiras do gigante asiático subiram 4,4% em relação a 2011, somando 34,24 bilhões de dólares, enquanto as vendas externas ao país apresentaram queda de 7%, para 41,22 bilhões de dólares.
Os Estados Unidos foram o único destino das exportações brasileiras com aumento nos embarques em 2012, com alta de 3,5%. Para a União Europeia, as exportações do país caíram 7,7%, ao passo que, para o Mercosul, o recuo foi de 4,1%. Somente as vendas de produtos brasileiros para a Argentina diminuíram 20,7%.
Análise - Segundo a ministra interina do MDIC, Tatiana Prazeres, a queda de 5,3% nas exportações brasileiras em 2012 se deve essencialmente a três fatores: quedas nos preços internacionais, retração do mercado europeu e aumento das barreiras comerciais em outros mercados.
Ela explica que se o preço do minério de ferro tivesse permanecido no mesmo patamar de 2011, as exportações teriam sido 10,3 bilhões de dólares maiores, o que faria com que a queda no ano fosse de apenas 1,2%. Tatiana avaliou que a crise internacional também aumentou as barreiras comerciais em outros mercados, prejudicando as vendas de produtos brasileiros.
Segundo a ministra interina, o país registrou em 2012 o segundo maior valor da história em exportações (243 bilhões de reais) e importações (223 bilhões de reais). Para Tatiana, os recuos em relação a 2011 - quando as exportações somaram 256 bilhões de reais e as importações, 226 bilhões de reais - foram influenciados pela base de comparação elevada, já que os dois indicadores subiram 27% e 24,5% , respectivamente, em relação a 2010.
"As exportações têm, sim, um bom desempenho. Estamos em um nível bastante alto", afirmou. "Estamos mantendo um patamar de comércio bastante elevado, que teve seu ápice em 2011."
(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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