SELVA

SELVA

PÁTRIA

PÁTRIA

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Tablets de baixo custo dominam o mercado

Quase metade dos tablets vendidos no Brasil têm preço abaixo de R$ 500, mas usuário deve saber
O Brasil já está entre os dez maiores mercados mundiais de tablets. Mas erra quem aposta que por aqui reina o iPad, da Apple, o principal representante dessa categoria de dispositivos. Quase metade (46%) dos 769 mil tablets vendidos no Brasil no terceiro trimestre deste ano são modelos com preço abaixo de R$ 500, segundo pesquisa da consultoria IDC. O mesmo estudo também revela que, de janeiro a setembro deste ano, 52% dos tablets comercializados no país tinham preço abaixo de R$ 1 mil. Até 2011, os dispositivos com preço acima de R$ 1 mil representavam 61% das vendas.

O tablet Smart A8, da mineira DL, custa R$ 395 e é um dos representantes da safra de aparelhos baratos que têm conquistado o consumidor brasileiro

Os novos números apontam, portanto, para a popularização dos tablets no Brasil, com consumidores de menor poder aquisitivo também se inserindo nesse mercado cujo principal ícone, o iPad, custa a partir de R$ 1.750. Os aparelhos mais baratos ajudaram a puxar o crescimento desse segmento, que neste ano teve um salto de 233% nas vendas, com 2,9 milhões de unidades. Os números levantados por outra consultoria, a Nielsen, também constatam a grande contribuição dos aparelhos de baixo custo para a popularização dos tablets no Brasil.

De janeiro a outubro deste ano, a participação dos dispositivos com preço abaixo de R$ 1 mil no segmento saltou de 25,3% para 57,7%. Segundo a Nielsen, a lista dos tablets mais vendidos no Brasil é encabeçada por aparelhos que custam menos de R$ 1 mil. De acordo com a consultoria GfK, os tablets mais comercializados no mercado brasileiro têm em comum, além do preço baixo, acesso Wi-Fi (sem 3G) e tela de até 7 polegadas. A média de preço é de R$ 968 - em 2010 esse valor era de R$ 2 mil.

Uma das empresas que tem tirado proveito dessa popularização é a fabricante mineira DL, que conta com dez modelos de tablets em linha de produção. Seus aparelhos chegam às lojas a preços que variam entre R$ 350 e R$ 1.300. Seus recursos variam entre suporte para Wi-Fi ou 3G, tela 3D, cores diversas (em contraponto aos tons de cinza ou branco dos modelos de fabricantes mais conhecidos) e telas de sete, oito ou dez polegadas.

A questão é se a opção do brasileiro por tablets mais baratos está sendo feita de forma consciente, levando em conta suas características e recursos mais limitados. Se a ideia é ter nas mãos algo como um iPad ou um Galaxy Tab - os mais sofisticados dispositivos dessa categoria -, o usuário dos tablets abaixo dos R$ 500 pode acabar frustrado. Telas não tão sensíveis ao toque, sistema operacional de celular ultrapassado e acabamento sem muito capricho são algumas das características que vão acompanhar o baixo preço. Pode ser uma questão de tempo para que o usuário logo logo queira substituir seu tablet "quebra-galho" por um aparelho de melhor qualidade.

Além dos ´xing lings´

Mas isso não significa que o consumidor não encontrará boas opções abaixo da linha dos R$ 1 mil que possam deixá-lo satisfeito. Antes de pensar em aparelhos de marcas desconhecidas - como os "xing ling" chineses -, vale considerar produtos como o BlackBerry Playbook, da RIM. Este tablet, de marca respeitada, por não estar entre os mais badalados do mercado, tem um bom preço se comparado às opções semelhantes de outras marcas. Ele é vendido por cerca de R$ 700.

O aparelho, com tela de 7 polegadas, vem com processador de dois núcleos de 1 GHz, memória RAM de 1GB, 32 GB de espaço de armazenamento interno e conexão Wi-Fi. Com uma boa relação custo-benefício, o Blackberry Playbook é uma boa dica e vale o esforço de compra para quem estava planejando adquirir um tablet no patamar abaixo dos R$ 500.

Mais versátil que o iPad em termos de conectividade, o Playbook vem com porta micro-USB e porta micro-HDMI que permite a comunicação com outros dispositivos, como as TVs full HD. O aparelho conta ainda com câmera frontal de 3 MP e câmera traseira de 5 MP. Um ponto que pode desagradar é o fato de seu sistema operacional, BlackBerry, não estar entre os mais badalados como o Android, que conta com um número bem vasto de aplicativos.

Para quem preferir um Android, há opções como o Xoom 2 Media Edition, da Motorola. Na mesma faixa de preço do BlackBerry Playbook, o Xoom tem tela de 8,2 polegadas, 32 GB de memória interna, câmeras de 5 MP e 1,3 MP, GPS, Wi-Fi, Bluetooth e saída Micro HDMI. Seu sistema operacional é o Android 3.2.

Já a fabricante brasileira Positivo Informática oferece dois modelos da segunda geração de seu tablet Ypy, com telas de 7 e 9,7 polegadas. Com preços a partir de R$ 699, os dispositivos vêm com sistema operacional Android 4.0, em versões Wi-Fi e Wi-Fi + 3G. Os tablets têm capacidade de armazenamento de 16 GB, com possibilidade de expansão de até 32 GB com cartão microSD Card. Seu forte, para os iniciantes no uso de tablets, está no conteúdo totalmente adaptado para a língua portuguesa.

Esperanças
Outra opção, para os menos apressados, é esperar pela chegada do Kindle Fire HD ao mercado brasileiro. O tablet da Amazon, que nos Estados Unidos custa US$ 199 (cerca de R$ 400), é um dos lançamentos aguardados para 2013 aqui no Brasil, decorrente da estreia da companhia no mercado local.

O aparelho vem com processador de dois núcleos de 1,2 GHz, memória interna de 16 GB, tela de 7 polegadas e sistema operacional Android customizado para o conteúdo da maior livraria online do mundo. Um de seus destaques é a tela em alta definição, com 1280 x 800 pixels e 216 ppi (pontos por polegadas),

A última possibilidade que o consumidor pode considerar para ter um bom tablet sem gastar muito é ficar de olho nas pechinchas que podem surgir para o próprio iPad. Com a chegada do tablet de quarta geração da Apple, o preço do iPad 2 tende a seguir em queda, embora ainda não tenha atingido o nível inferior a R$ 1 mil.

Acer planeja lançar dispositivo de US$ 99
Após o lançamento do Kindle Fire HD, da Amazon, custando US$ 199, o mercado de tablets pode chegar a uma nova guerra de preços no mercado internacional, desta vez podendo resvalar aqui no Brasil. A fabricante taiwanesa Acer pretende lançar em países emergentes o tablet Iconia B1, custando apenas US$ 99 (cerca de R$ 200).

A linha Iconia, da Acer, vai ganhar novos modelos com preços bem atraentes. Um deles, o B1, terá sistema Android, e o outro virá com sistema Windows 8

Equipado com o sistema operacional móvel Android, o dispositivo da Acer é uma resposta da companhia a um outro possível lançamento de baixo custo que pode chegar ao mercado em 2013 trazido pela rival e também taiwanesa Asus.

A Acer procura ainda focar no modelo com baixa margem de lucro para fazer frente ao Google, que com seus tablets Nexus 10 e Nexus 7 também puxam os preços para baixo entre os aparelhos com sistema Android.

Foco no Windows
A política de preços mais acessíveis também pode atingir o segmento de tablets com sistema operacional Windows 8, que até agora tem apresentado preços nada convidativos aos usuários interessados nesses dispositivos.

O Wall Street Journal, dos Estados Unidos, divulgou recentemente que a Acer está desenvolvendo um tablet com Windows 8 equipado com processador da Intel. A nova opção deve fazer frente a produtos deste segmento lançados pela própria fabricante taiwanesa com o novo sistema operacional da Microsoft: o Iconia W510, vendido por US$ 549, e o Iconia W700, com preço de US$ 800.

Mercado

46% dos tablets comercializados no mercado brasileiro no terceiro trimestre deste ano são modelos com preços abaixo de R$ 500, segundo a consultoria IDC

Nenhum comentário:

Postar um comentário