A Marinha foi pioneira entre as Forças Armadas do Brasil ao abrir, em 1980, seus quadros ao trabalho da mulher
A
partir da segunda metade do século XX, as forças armadas de vários
países do mundo começaram a admitir mulheres, que receberam formação
idêntica a dos homens. Esse processo marca uma ruptura na história dos
exércitos ocidentais, abrindo espaço para uma atuação diferente das
funções auxiliares e modificando o esquema tradicional de recrutamento,
alistamento e participação das mulheres apenas em tempos de guerra
Detalhistas,
organizadas, perfeccionistas, criteriosas, as mulheres mudaram a cara e
deram mais charme às Forças Armadas Brasileiras. No começo, a presença
delas causaram certo constrangimento nas fileiras militares. Com
certeza, foram vítimas de algum tipo de preconceito, a exemplo de outras
mulheres que assumiram funções no mercado de trabalho brasileiro até
então exclusivas dos homens.
Essas barreiras, no entanto, foram
quebradas ao longo do tempo, e, hoje, as "mulheres de farda"
conquistaram espaços e convivem harmoniosamente com seus colegas
militares homens. No Brasil, a Marinha foi a pioneira. O ingresso da
mulher na carreira militar-naval (em 7 de julho de 1980) abriu novas
perspectivas profissionais para esse segmento e mostrou-se, ao longo dos
anos, de grande valor para a corporação. A integração das militares nos
quadros da Marinha se deu em 1º de janeiro de 1998. A partir daí, elas
puderam ingressar no Corpo de Engenheiros da Marinha, Corpo de
Intendentes da Marinha, Quadros de Médicos, de Cirurgiões-dentistas, de
Apoio à Saúde e Técnico. A mudança, entre outras inovações, permitiu à
mulher igualdade de condições aos homens no acesso a promoções e cursos.
Contra-almirante
Recentemente,
a presidente Dilma Rousseff nomeou a primeira mulher da Marinha que
alcançou a patente de contra-almirante duas estrelas. A pioneira dessa
patente foi Dalva Maria Carvalho Mendes, uma carioca que ingressou na
Marinha em 1981, na primeira turma do Corpo Auxiliar Feminino da
Reserva.
Dalva era capitã-de-mar-e-guerra. Com a promoção,
estarão acima dela na Marinha apenas os ocupantes do cargo de
vice-almirante e almirante-de-esquadra, atual topo da força - o posto de
almirante só existe em tempos de guerra.
Nas
Forças Armadas, a Marinha foi a pioneira a ter mulheres nos seus
quadros, seguida pelo Exército e Aeronáutica. Pelotões femininos também
integram outras unidades militares
No Exército, elas compõem
as fileiras militares desde 1992. Mas, se observada sob uma perspectiva
histórica, a presença delas no Exército remonta ao período Colonial.
Basta lembrar os bravos feitos da jovem Maria Quitéria, heroína do
Brasil nos conflitos pela consolidação da Independência. Não se pode
esquecer, também, dos inestimáveis serviços prestados pelas enfermeiras
voluntárias, na Segunda Guerra Mundial. Elas ocupam cargos em
organizações militares de todas as regiões do País. A maioria das
oficiais encontra-se nos quartéis-generais, organizações militares de
saúde, estabelecimentos de ensino e órgãos de assessoramento do
Exército. Exercem os mesmos cargos ocupados por oficiais do sexo
masculino e concorrem as promoções em condições de igualdade com os
homens.
Carreira militar
As mulheres são
atraídas a seguir a carreira militar por diversos fatores. Os que mais
pesam são a vocação; o respeito que a instituição desfruta na sociedade;
a perspectiva de ascensão funcional no serviço militar; e a
estabilidade no emprego. O interesse delas pela profissão militar pode
ser confirmado na elevação do número de candidatas nos concursos para as
escolas de formação do Exército.
As mulheres já estão na
Aeronáutica desde 1996. Elas servem na Aeronáutica como médicas,
bibliotecárias, dentistas ou em outras profissões. Agora têm também a
oportunidade de realizar o sonho de todos que entram na Aeronáutica:
pilotar aeronaves.
A presença feminina, também, é comum em outras
instituições como o Corpo de Bombeiros e nas Polícias Militar, Civil e
Federal. Nas instituições policiais, trabalham em operações de segurança
pública e comandam delegacias.
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