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domingo, 20 de janeiro de 2013

Mulheres em marcha

A Marinha foi pioneira entre as Forças Armadas do Brasil ao abrir, em 1980, seus quadros ao trabalho da mulher
A partir da segunda metade do século XX, as forças armadas de vários países do mundo começaram a admitir mulheres, que receberam formação idêntica a dos homens. Esse processo marca uma ruptura na história dos exércitos ocidentais, abrindo espaço para uma atuação diferente das funções auxiliares e modificando o esquema tradicional de recrutamento, alistamento e participação das mulheres apenas em tempos de guerra



Detalhistas, organizadas, perfeccionistas, criteriosas, as mulheres mudaram a cara e deram mais charme às Forças Armadas Brasileiras. No começo, a presença delas causaram certo constrangimento nas fileiras militares. Com certeza, foram vítimas de algum tipo de preconceito, a exemplo de outras mulheres que assumiram funções no mercado de trabalho brasileiro até então exclusivas dos homens.

Essas barreiras, no entanto, foram quebradas ao longo do tempo, e, hoje, as "mulheres de farda" conquistaram espaços e convivem harmoniosamente com seus colegas militares homens. No Brasil, a Marinha foi a pioneira. O ingresso da mulher na carreira militar-naval (em 7 de julho de 1980) abriu novas perspectivas profissionais para esse segmento e mostrou-se, ao longo dos anos, de grande valor para a corporação. A integração das militares nos quadros da Marinha se deu em 1º de janeiro de 1998. A partir daí, elas puderam ingressar no Corpo de Engenheiros da Marinha, Corpo de Intendentes da Marinha, Quadros de Médicos, de Cirurgiões-dentistas, de Apoio à Saúde e Técnico. A mudança, entre outras inovações, permitiu à mulher igualdade de condições aos homens no acesso a promoções e cursos.

Contra-almirante

Recentemente, a presidente Dilma Rousseff nomeou a primeira mulher da Marinha que alcançou a patente de contra-almirante duas estrelas. A pioneira dessa patente foi Dalva Maria Carvalho Mendes, uma carioca que ingressou na Marinha em 1981, na primeira turma do Corpo Auxiliar Feminino da Reserva.

Dalva era capitã-de-mar-e-guerra. Com a promoção, estarão acima dela na Marinha apenas os ocupantes do cargo de vice-almirante e almirante-de-esquadra, atual topo da força - o posto de almirante só existe em tempos de guerra.


Nas Forças Armadas, a Marinha foi a pioneira a ter mulheres nos seus quadros, seguida pelo Exército e Aeronáutica. Pelotões femininos também integram outras unidades militares
No Exército, elas compõem as fileiras militares desde 1992. Mas, se observada sob uma perspectiva histórica, a presença delas no Exército remonta ao período Colonial. Basta lembrar os bravos feitos da jovem Maria Quitéria, heroína do Brasil nos conflitos pela consolidação da Independência. Não se pode esquecer, também, dos inestimáveis serviços prestados pelas enfermeiras voluntárias, na Segunda Guerra Mundial. Elas ocupam cargos em organizações militares de todas as regiões do País. A maioria das oficiais encontra-se nos quartéis-generais, organizações militares de saúde, estabelecimentos de ensino e órgãos de assessoramento do Exército. Exercem os mesmos cargos ocupados por oficiais do sexo masculino e concorrem as promoções em condições de igualdade com os homens.

Carreira militar

As mulheres são atraídas a seguir a carreira militar por diversos fatores. Os que mais pesam são a vocação; o respeito que a instituição desfruta na sociedade; a perspectiva de ascensão funcional no serviço militar; e a estabilidade no emprego. O interesse delas pela profissão militar pode ser confirmado na elevação do número de candidatas nos concursos para as escolas de formação do Exército.

As mulheres já estão na Aeronáutica desde 1996. Elas servem na Aeronáutica como médicas, bibliotecárias, dentistas ou em outras profissões. Agora têm também a oportunidade de realizar o sonho de todos que entram na Aeronáutica: pilotar aeronaves.

A presença feminina, também, é comum em outras instituições como o Corpo de Bombeiros e nas Polícias Militar, Civil e Federal. Nas instituições policiais, trabalham em operações de segurança pública e comandam delegacias.

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