Primeiro balanço oficial argelino é de 23 reféns e 32 sequestradores mortos.
Três britânicos e um morador do Reino Unido morreram, disse premiê.
"Desgraçadamente, temo que o balanço será revisado para cima", disse à rádio pública Chaîne 3.
"As forças especiais continuam no campo de gás de Tiguenturin à procura de eventuais novas vítimas, porque o balanço fornecido até o momento pelo ministério do Interior é provisório", disse. "'O balanço definitivo será divulgado nas próximas horas."
Ao mesmo tempo, o premiê britânico, David Cameron, afirmou que três cidadãos britânicos e um que morava no Reino Unido estão entre os mortos.
E vários países afirmaram que alguns de seus cidadãos seguem desaparecidos, um dia após a operação militar que encerrou o sequestro.
As autoridades argelinas ainda não deram um balanço das vítimas estrangeiras, mas há ocidentais e asiáticos entre eles.
Imagem
transmitida pela emissora de TV Ennahar, da Argélia, neste sábado (19),
mostra reféns se rendendo aos sequestradores do grupo rebelde islâmico
no campo de gás (Foto: AFP/ Algeria's Ennahar TV)
Entre os reféns, cuja morte foi confirmada pelos países de origem, estão um francês, um norte-americano, um romeno, três britânicos e um que reside no Reino Unido.
Três outros britânicos, ainda desaparecidos, estão provavelmente mortos, anunciou neste domingo o primeiro-ministro David Cameron.
Dez japoneses não foram encontrados até o momento, indicou um funcionário, enquanto a Malásia também procura dois de seus cidadãos.
O grupo petrolífero norueguês Statoil, que explora a usina de In Amenas junto com o britânico BP e o argelino Sonatrach, falou em cinco noruegueses desaparecidos.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou que "tudo parece indicar" que um colombiano, funcionário da British Petroleum (BP), que morava em Londres, "estava entre o grupo de pessoas que morreu em um ônibus".
Ataque final
A ocupação, que durou quatro dias, terminou neste sábado em um ataque final das forças especiais do Exército argelino.
As forças argelinas libertaram "685 funcionários argelinos e 107 estrangeiros" e mataram "32 terroristas", segundo o governo. Entretanto, 23 reféns morreram, informou o Ministério do Interior, sem informar a nacionalidade desse últimos. Não foram divulgados os números de possíveis rebeldes sobreviventes - presos ou foragidos.
Entre os 32 sequestradores mortos estão três argelinos, os outros eram de diversas nacionalidades, não especificadas e entre eles havia especialistas em explosivos, acrescentou o comunicado.
O exército recuperou um arsenal considerável, segundo o Ministério: "seis submetralhadoras, 21 fuzis, dois fuzis com mira telescópica, dois morteiros de 60 mm com munição, seis mísseis com rampa de lançamento, dois RPG7 com oito foguetes, 10 granadas dispostas em cintos explosivos".
Foram encontradas, além disso, "uniformes militares estrangeiros, munições e explosivos", acrescentou a nota.
Os sete últimos reféns estrangeiros e 11 militantes islâmicos morreram na invasão final do Exército argelino ao complexo, segundo a agência estatal de notícias APS.
A operação ocorreu no meio da manhã, segundo uma fonte da segurança ouvida pela France Presse.
A imprensa e governos reclamaram constantemente da maneira como as autoridades gerenciaram a crise e da falta de informação confiável disponível.
No campo de exploração de gás - que os islamitas ameaçaram explodir na quinta-feira, de acordo com uma gravação divulgada pela agência estatal malinense-, operações em busca de explosivos estão em curso neste domingo.
O reinício das atividades de produção do complexo "dependerá do tempo que levará a busca por explosivos", explicou o ministro da Energia, Youcef Yousfi, assegurando que o sequestro não afetou as exportações de gás do país.
Escalada no conflito
O ataque se transformou em uma das maiores crises com reféns internacional das últimas décadas, colocando a questão da militância islâmica do Saara no topo da agenda global.
Os militantes responsáveis pelo sequestro, ligados à rede terrorista da Al-Qaeda, ameaçaram realizar mais ataques a instalações do setor de energia na Argélia.
A crise de reféns representou uma séria escalada no conflito no noroeste da África, para onde tropas francesas foram enviadas na semana passada para combater a tomada de cidades da República do Mali por grupos islamistas.
Além disso, ela pode ser devastadora para a indústria petrolífera da Argélia, num momento em que o país se recupera da guerra civil dos anos 1990.
Imagem mostra o campo de gás de Amenas visto de cima (Foto: Reuters)
Os militantes que lutam no deserto mostraram estar mais bem treinados e equipados do que a França
previa, disseram à Reuters diplomatas na ONU. A organização estima que
400 mil pessoas poderiam fugir do Mali para os países vizinhos nos
próximos meses.Na Argélia, os sequestradores alertaram a população para que fique longe de instalações de empresas estrangeiras no setor de óleo e gás, ameaçando desfechar mais ataques, segundo a agência ANI, citando um porta-voz do grupo.
Foto sem data mostra entrada de campo de gás atacado por islamitas na Argélia (Foto: AFP)
O comandante do sequestro na Argélia é Mokhtar Belmokhtar, um veterano da Guerra do Afeganistão
na década de 1980 e da sangrenta guerra civil dos anos 1990, segundo
autoridades argelinas. Aparentemente, ele não esteve presente no ataque.Balmokhtar subiu de status entre os grupos islamitas no Saara, os quais se apoderaram de armas e ganharam novos adeptos em decorrência do caos na Líbia. As potências ocidentais temem que a violência se espalhe muito além do deserto.
O argelino Anis Rahmani, um especialista em segurança autor de vários livros sobre o terrorismo e editor do diário Ennahar, disse à Reuters que cerca de 70 militantes estavam envolvidos na operação na Argélia, o grupo de Belmokhtar, que partiu da Líbia, e o menos conhecido Movimento da Juventude Islâmica no Sul.
"Eles estavam portando armas pesadas, incluindo fuzis usados pelo Exército líbio durante o regime de (Muammar) Kadhafi", disse ele. "Eles também tinham lança-granadas e metralhadoras."
Trabalhadores argelinos formam a espinha dorsal de uma indústria de petróleo e gás, que tem atraído empresas internacionais nos últimos anos, em parte por causa da segurança no estilo militar.
Mali
O ataque começou na madrugada de quarta em um sítio gasífero operado pelas empresas nacional Sonatrach com as companhias British Petroleum, britânica, e Statoil, norueguesa, em Tiganturin, a 40 quilômetros de In Amenas, não muito longe da fronteira com a Líbia.
O ataque começou na madrugada de quarta em um sítio gasífero operado pelas empresas nacional Sonatrach com as companhias British Petroleum, britânica, e Statoil, norueguesa, em Tiganturin, a 40 quilômetros de In Amenas, não muito longe da fronteira com a Líbia.
O país africano está dividido desde o ano passado, após rebeldes ligados à Al-Qaeda terem dominado o norte do território.
A Argélia permitiu que a França utilizasse seu espaço aéreo durante a intervenção militar iniciada na semana passada contra os rebeldes islamitas no Mali. Mas o ministro argelino do Interior, Dahou Ould Kablia, disse a um jornal local que o grupo agressor veio da Líbia.
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