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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

França bombardeia redutos terroristas no Mali

Ministro Laurent Fabius confirmou mortes de rebeldes durante operação deflagrada a pedido do governo local. Ao menos 11 civis também morreram

Caça francês é equipado durante operação antiterroristas no Mali
Caça francês é equipado durante operação antiterroristas no Mali (Laure-Anne/AFP)
Caças franceses bombardearam neste domingo redutos de grupos rebeldes islâmicos no norte do Mali, onde há três dias realizam uma operação para impedir o avanço dos insurgentes para o sul do país a pedido do presidente interino malinês Dioncunda Traoré.
"Já conseguimos parar os terroristas e nos concentramos em suas bases de apoio (no norte do Mali)",  revelou o chanceler francês, Laurent Fabius, em entrevista à imprensa francesa após incursões aéreas contra o região de Gao. O ministro confirmou a morte de rebeldes e pelo menos 11 civis também não sobreviveram aos ataques – entre eles, três crianças.
Fabius destacou ainda o apoio dado pela Argélia à operação. O país autorizou a passagem dos aviões franceses por seu espaço aéreo. "A Argélia autorizou, sem restrições, os voos militares sobre seu território" , declarou Fabius. "Estamos trabalhando com os argelinos e continuaremos conversando para decidir se as tropas africanas devem avançar para o norte (do Mali) e se a Argélia fechará suas fronteiras".
O ministério da Defesa da França confirmou que quatro aviões Rafale destruíram campos de treinamento e depósitos dos terroristas na região de Gao, a 1.200 quilômetros da capital Bamaco, para onde o governo francês também enviou tropas. Os caças bombardearam ainda Agabo, a 50 quilômetros de Kidal, no extremo nordeste do páis, onde há uma importante base do grupo islâmico Ansar Dine (Defensores do Islã). Um campo de treinamento de combatentes jihadistas foi destruído em Leré, próximo à Mauritânia, assim como alvos em Douentza, 800 quilômetros ao norte de Bamaco.
Além de visar as "bases de apoio", a França mantém, pelo terceiro dia consecutivo, os bombardeios contra comboios de velículos dos grupos islâmicos, segundo o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian. "Efetuamos ataques aéreos permanentemente".
Objetivos – De acordo com o Ministério das Relações Exteriores francês, a operação tem três objetivos: "bloquear o avanço terrorista" para o sul, "permitir recuperar a integridade do Mali, algo que exigirá tempo, e aplicar a resolução do Conselho de Segurança da ONU" que prevê um diálogo político no país.
O ministro Laurent Fabius revelou ter conversado neste domingo com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que felicitou o governo francês por seu compromisso no Mali. "Se a França não tivesse agido, os grupos islâmicos poderiam ter chegado a Bamaco, com consequências imprevisíveis".
Um funcionário da ONU informou neste domingo que "o Conselho de Segurança se reunirá ao meio-dia desta segunda-feira (em Nova York), a pedido da França, para discutir a situação no Mali". Consultado sobre a duração da intervenção francesa no Mali, Fabius estimou que é "uma questão de semanas".
Uma fonte ligada ao presidente francês, François Hollande, considerou que as forças militares francesas foram surpreendidas por grupos islâmicos "bem equipados, bem armados e bem treinados", dotados "de um material moderno e sofisticado". A fonte revelou que boa parte destes armamentos modernos foi obtida na Líbia.
Rebeldes – A frente rebelde reúne os grupos jihadistas Ansar Dine, Al Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI) e Movimento pela Unidade e a Jihad na África Ocidental (Mujao), que controlam o norte do Mali. Na quinta-feira, os grupos islâmicos tomaram Kona, no centro do país, mas o Exército do Mali, apoiado por tropas nigerianas e pela aviação francesa, retomou a cidade na sexta-feira, impondo dezenas de baixas ao inimigo e detendo o avanço rebelde em direção ao sul e a Bamaco.
Após deter a ofensiva, o governo do Mali aguarda a chegada de uma força formada por países do oeste africano, que terá a missão, com o aval da ONU, de expulsar os grupos terroristas do norte do território malinês. Níger, Burquina Fasso, Togo e Senegal já anunciaram o envio de 500 homens cada, totalizando 2.000 soldadosAlém disso, o Benin mandará 300 militares.
(Com agência France-Presse)

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