Do Contas Abertas
Às
vésperas da condenação pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do
Mensalão, os deputados João Paulo Cunha, Pedro Henry e Valdemar Costa
Neto gastaram, no mês de novembro, R$ 50,5 mil com a Cota para Exercício
da Atividade Parlamentar (CEAP). Os principais dispêndios foram com
aluguel de escritório de apoio, passagens aéreas e divulgação da
atividade parlamentar.
Dentre os três
parlamentares, o maior montante foi pago por Pedro Henry (PP-MT), R$
18,4 mil. Do total, R$ 7,6 mil para divulgação da atividade parlamentar,
pagos à empresa “Capgraf – Indústria, Comércio e Serviços Ltda”. Outros
R$ 3 mil foram gastos com combustíveis e lubrificantes e R$ 2,8 mil com
telefonia. Além de R$ 2,8 mil com passagens aéreas.
No
mês da condenação, o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) utilizou R$
16,5 mil com a CEAP. A maior parcela dos recursos foi destinada à
manutenção de escritório de apoio à atividade parlamentar: R$ 11 mil.
Conforme denúncia da Veja.com, o escritório na verdade tem servido de
sede para o diretório paulista do próprio Partido da República, a
agremiação formada com os remanescentes do antigo PL.
O “escritório” possui
mais de 400 m² e dois andares em frente ao parque do Ibirapuera, em
Moema, bairro nobre da capital paulista. A bolsa-aluguel de Valdemar
dura desde março de 2008, quando o contrato foi firmado. Oficialmente,
no entanto, a casa não passa do escritório de apoio à atividade
parlamentar do deputado em São Paulo.
Os gastos de Costa Neto
envolvem ainda R$ 3,3 mil com telefonia, R$ 1 mil com passagens aéreas e
fretamento de aeronaves, R$ 614,06 com serviços postais e R$ 469,47 com
emissão de bilhete aéreo.
O deputado João Paulo
Cunha (PT-SP), por sua vez, utilizou R$ 15,5 mil em novembro. O maior
gasto foi destinado à emissão de bilhetes aéreos: R$ 8,5 mil. Os
recursos envolvem também R$ 3,6 mil para manutenção de escritório de
apoio à atividade parlamentar, R$ 1,6 mil para combustíveis e
lubrificantes, R$ 1,5 mil com telefonia, além de serviços postais (R$
97,54) e hospedagem (R$ 284,24).
Os valores reembolsados
aos deputados federais ainda podem ser maiores, já que há o prazo de
noventa dias após o fornecimento do produto ou serviço para apresentação
da documentação comprobatória do gasto disciplinado pela Cota.
A CEAP foi
institucionalizada no Ato da Mesa no 43, de 2009, e reuniu numa só cota
as despesas anteriormente custeadas pela Cota de Transporte Aéreo, Cota
Postal-Telefônica e Verba Indenizatória. Pelo mecanismo, os
parlamentares receberam todos estes benefícios por meio de reembolso.
Os deputados podem ser
ressarcidos com gastos de passagens aéreas, telefonia, serviços postais,
manutenção de escritório político, locação de carros e aviões,
assinaturas de periódicos, hospedagem, divulgação de atividade
parlamentar, entre outros.
Mesmo envolvidos
diretamente com o julgamento do Mensalão, os três deputados condenados
mantiveram suas atividades parlamentares a pleno vapor. Ao todo, em
2012, os parlamentares utilizaram R$ 657,3 mil com a Cota.
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