DE SÃO PAULO
O ex-ministro José Dirceu, condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal)
no processo do mensalão, saiu em defesa da candidatura de Renan
Calheiros (PMDB-AL) à presidência do Senado. De acordo com o petista, o
senador está sendo alvo de uma "campanha de falso moralismo".
"O que estamos assistindo em relação ao senador Renan Calheiros é, de novo, uma ofensiva midiática dando cobertura a denúncias contra ele concertadas com ações do Ministério Público Federal e com intervenções de grupos organizados como aconteceu ontem frente ao Congresso Nacional", afirma o ex-ministro, em seu blog.
Adriano Vizoni - 23.nov.2012/Folhapress |
O ex-ministro José Dirceu |
"A mesma campanha falso moralista que levou o presidente Jânio Quadros ao Planalto (1960) porque ia 'varrer a corrupção'; os militares ao poder porque eles 'combatiam a corrupção e a subversão'; e depois elegeu o presidente Fernando Collor, o caçador de marajás", afirma o petista.
Sobre a provável eleição de Renan no Senado e do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) na Câmara, Dirceu diz que é uma "grande bobagem a continuidade dessa campanha da mídia dizendo que o Executivo é que os elege, ou que eles só se elegem por contar com o apoio do Planalto".
Em seu texto, o ex-ministro faz referência a dois episódios que aconteceram nos últimos dias.
No dia 25 de janeiro, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) denúncia contra o senador Renan por ter supostamente apresentado notas fiscais frias na tentativa de negar que teve despesas pessoais pagas por um lobista.
O caso tramita no STF desde 2007. A investigação, no entanto, estava nas mãos de Gurgel desde abril de 2011, tempo em que ele não fez mais nenhum pedido ao relator do caso.
Outro episódio foi um protesto que aconteceu ontem. Cerca de 20 integrantes da ONG Rio de Paz fizeram manifestação no gramado do Congresso contra a candidatura do peemedebista. Portando vassouras verdes e amarelas, eles tentaram "lavar" a rampa do Congresso com água e sabão, mas foram impedidos por seguranças.
Nos últimos dias, a Folha mostrou que o senador usou o cargo para fazer lobby por aliados no governo. Entre os casos, houve pedido para que a Comissão de Anistia priorizasse a análise de processos de aliados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário