O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou neste domingo (28) a primeira morte no país causada por influenza A, a nova gripe. Um homem de 29 anos, que esteve na Argentina e estava internado no Rio Grande do Sul, foi o primeiro caso confirmado.
Segundo o ministro, o paciente foi internado em 20 de junho e, no dia 23, teve seu quadro "piorado" com "sintomas que evoluíram para um quadro de insuficiência respiratória".
"Mesmo devidamente assistido, veio a falecer hoje de manhã. O Ministério da Saúde lamenta profundamente a morte e reafirma que está lançando mão de todos esforços para conter a doença e evitar a ocorrência de óbitos", disse ele.
Letalidade baixa
Apesar da primeira morte registrada no país, Temporão afirmou que o índice de letalidade da doença ainda é considerado "baixo". "Há uma percepção em todo mundo da queda da letalidade. Não existem evidências que esse novo vírus esteja se misturando a outros, o que é compatível com a baixa letalidade. No início, [o índice de letalidade] era de 2%, caiu para 0,5% e agora se aproxima de 0,4%. Está em queda. No Brasil, a maioria dos casos tem sintomas leves", afirmou ele.
Vacina
O ministro afirmou que uma vacina está em fase final de desenvolvimento, embora tenha dito que não há uma previsão de quando isso ela pode estar disponível para a população. Ele disse ainda que a transmissão no Brasil não mudou de classificação e, deste modo, permanece "sem sustentabilidade". "Ou [as pessoas contaminadas] vieram de fora, ou transmitiram localmente, mas se deu por um vínculo epidemiológico forte", afirmou.
Pandemia e crescimento dos casos
Em meados deste mês, a nova gripe foi classificada como "pandemia" pela Organização Mundial da Saúde (OMF) pelo fato de ter se propagado para várias regiões do mundo. Na ocasião, o governo informou que a população brasileira poderia ficar "tranquila", pois a transmissão no Brasil ainda permanecia "limitada e sem sustentabilidade.
Desde 11 de junho, quando foi declarado o status de "pandemia" para a nova gripe, o número de casos registrados no Brasil começou a crescer com mais rapidez. Naquele momento, 56 pessoas estavam com o vírus. Neste sábado (27), o Ministério da Saúde confirmou que 591 brasileiros com a nova gripe, ou seja, um crescimento de 955% nas últimas semanas.
Viagens não recomendadas
Com o crescimento no número de casos, o governo de São Paulo, e o ministro da Saúde recomendaram, na última terça-feira (23), que brasileiros evitem viagens para países da América do Sul onde circula o vírus da nova gripe, principalmente Argentina e Chile.
Neste domingo (28), o ministro Temporão afirmou que o aumento do número de viajantes em férias para países afetados, como Estados Unidos, México, Canadá, Chile, Argentina, Austrália e Reino Unido, que possuem "transmissão sustentada", gerou o aumento de ocorrências no Brasil. "Temos um aumento no número de casos importados e temos o início do inverno no Hemisfério Sul, quando os casos de gripe também aumentam", afirmou.
Outros países com mortes
Além do Brasil, outros 12 países também já confirmaram mortes decorrentes da nova gripe. O país com mais casos confirmados de morte é os Estados Unidos, com 127, seguido do México (119), da Argentina (26), do Canadá (21), do Chile (12), da Austrália (5), da República Dominicana (2), da Colômbia (2), e da Costa Rica, Reino Unido, Honduras e das Filipinas, com uma morte confirmada. Estes dados foram divulgados neste sábado (27) pelo Ministério da Saúde.
Mudanças na forma de confirmação
Na última sexta-feira (26), Temporão anunciou mudanças na forma de confirmação da doença. Segundo ele, quando houver um caso confirmado em uma instituição – uma escola ou uma empresa, por exemplo – todas as pessoas que apresentarem sintomas da doença serão consideradas infectadas. Segundo o ministro, os EUA também seguem esse protocolo, de confirmar casos por vínculos em lugares fechados. Essa nova orientação, no entanto, não vale para residências. Nesse caso, o sistema para identificar o vírus continua o mesmo.
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