Depois dos carros “flex”, agora a termoelétrica bicombustível. Uma usina de Minas Gerais está sendo adaptada para funcionar tanto a gás, quanto a álcool, em projeto pioneiro no mundo.O término das obras está previsto para dezembro, quando começam os testes operacionais. A termoelétrica de Juiz de Fora, que vai compor o Sistema Interligado Nacional, será bicombustível e a primeira no mundo a usar álcool na produção de energia. O novo modelo de usina permite que o sistema de energia funcione de forma mais eficiente, afirma a Petrobras. “É uma maior confiabilidade e segurança energética pelo fato de nós utilizarmos duas fontes de energia diferente: o gás e o álcool. Isso dá uma flexibilidade bastante grande, inclusive escolhendo qual é o melhor preço de combustível para você utilizar naquele momento, naquela situação”, explica o gerente executivo José Alcides Santoro. As termoelétricas podem ser movidas por diferentes fontes de energia como carvão, óleo diesel ou combustível nuclear. A grande novidade é o uso do álcool. Em uma termoelétrica convencional, movida a gás natural, o gás chega por tubos subterrâneos à usina. Dos compressores, o gás vai direto para a turbina, onde é queimado. O calor provocado por esta queima aciona um gerador que produz eletricidade que, por sua vez, entra diretamente no sistema através dos transmissores. Na usina “flex”, o álcool chega por caminhões e é armazenado em tanques. De lá ele é bombeado para a turbina, onde acontece um processo semelhante ao do gás. A diferença está em um equipamento modificado chamado combustor. Como o próprio nome diz, ele é responsável por acionar a queima do combustível e permitir a produção de energia.
Investimento
Foram investidos R$ 11 milhões na troca dos equipamentos que permitem o recebimento, o armazenamento e a movimentação do etanol. Por enquanto, só uma das duas turbinas em operação na termoelétrica vai funcionar com a nova tecnologia. Sozinha, ela vai gerar cerca de 42 megawatts de potência, o suficiente para abastecer uma cidade de 800 mil habitantes. Durante os testes, que vão durar dois meses, a usina vai funcionar oito horas por dia, nos horários de pico. Especialistas aprovam o uso do álcool em vez do óleo diesel, tradicionalmente usado como alternativa ao gás em algumas termelétricas. “Todo uso de energia gera algum impacto ambiental. Se você pode reduzir estes impactos ambientais, isto é sempre um fato positivo”, afirma o professor de engenharia elétrica da Universidade Federal de Juiz de Fora, Danilo Pereira.
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