O Irã acusou os agentes estrangeiros, os Estados Unidos, a França, a Grã-Bretanha, a imprensa ocidental e os terroristas de serem os verdadeiros responsáveis pelos distúrbios que sacodem o país em função dos questionados resultados das eleições presidenciais que deram um segundo mandado para o presidente Mahmud Ahmadinejad.
Entre as últimas vítimas desta ofensiva oficial do governo iraniano, figuram o correspondente permanente da BBC, Jon Leyne, que recebeu neste domingo a ordem de abandonar o país em 24 horas e o canadense Maziar Bahari, da revista Newsweek, detido também neste domingo.
Na quarta-feira, o ministério das Relações Exteriores acusou a mídia ocidental de ser a porta-voz dos rebeldes e advertiu que "esses inimigos serão derrotados".
A diplomacia iraniana se alinhou assim ao Guia Supremo, aiatolá Ali Khamenei, ao presidente Mahmud Ahmadinejad e ao chefe adjunto da polícia Ahmad Reza Radan, que questionaram a imprensa internacional pela cobertura das manifestações.
O porta-voz da chancelaria, Hasan Ghashghavi, acusou, inclusive, a Voz das Américas, financiada pelo Congresso americano, e a BBC britânica de serem "os postos de comando dos distúrbios".
O Irã reagiu muito mal às críticas crescentes dos países ocidentais pela maneira com que foi realizada a eleição presidencial e a repressão das manifestações.
O presidente Ahmadinejad "recomendou" neste domingo que os Estados Unidos e o Reino Unidos "corrijam sua posição de interferência".
O aiatolá Khamenei assegurou, por sua vez, que "os diplomatas de vários países ocidentais que falavam conosco até agora com linguagem diplomática mostraram seu verdadeiro rosto e o primeiro deles foi o governo britânico".
O ministro das Relações Exteriores, Manuchehr Mottaki, convidou o corpo diplomático a dizer ante as câmeras de TV iranianas neste domingo que "a Grã-Bretanha prepara um complô contra a eleição presidencial há mais de dois anos".
A França não foi esquecida e Mottaki classificou de irresponsáveis as declarações de seu colega Bernard Kouchner, que se referiu às manifestações populares como "uma expressão de revolta democrática". O ministro iraniano pediu que a França se desculpe por isso.
As autoridades iranianas recorreram ao fantasma do terrorismo há alguns dias ao difundir reportagens sobre os Mudjahedines do Povo (OMPI), principal força da oposição no exílio.
Também se referiram ao atentado suicida ocorrido no sábado anteo Mausoléu do imã Khomeini, que deixou três feridos.
Neste domingo, o ministério da Informação anunciou a prisão de "um certo número de hipócritas" que entraram no Irã para cometer ações terroristas.
A televisão mostrou em seguida confissões públilcas de pessoas com o rosto com a imagem difusa e que teriam sido treinadas e enviadas com o apoio da Grã-Bretanha.
Segundo a a organização de defesa da imprensa Repórteres sem Fronteira, três jornalistas iranianos foram detidos e estão presos no Irã desde sábado e, com estes, já são 33 os jornalistas e ciberdissidentes iranianso na prisão nesse país.
Segundo a RSF ainda, um casal de jornalistas, Bahaman Ahamadi Amoee e sua esposa Jila Baniyaghoob, foi preso em 20 de junho em sua residência em Teerã.
A RSF disse também ter recebido confirmação da prisão de Ali Mazrui, presidente da Associação de Jornalistas Iranianos, na semana passada.
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