Antonio Brufau acusou o governo de Cristina Kirchner de usar a expropriação da YPF para 'tapar a crise social e econômica' enfrentada pela Argentina
Antonio Brufau, presidente da Repsol, durante coletiva em Madri (Dominique Faget / AFP)
Em uma coletiva realizada em Madri nesta terça-feira, o presidente do grupo espanhol Repsol, Antonio Brufau, falou sobre a decisão do governo de Cristina Kirchner de expropriar de forma arbitrária 51% da YPF, filial argentina do conglomerado.
"A expropriação é apenas uma forma de tapar a crise social e econômica que a Argentina está enfrentando", atacou Brufau. “Ao levantar a bandeira da expropriação e buscar um responsável na YPF esconde a realidade", completou.
Brufau disse que as autoridades argentinas entraram nas instalações da Repsol YPF "sob o amparo de uma lei de Videla", em uma referência ao ex-ditador Jorge Videla. "Esta atuação não é própria de um país moderno. O povo deste país merece outra coisa", afirmou.
A Repsol pedirá em uma arbitragem internacional uma compensação de mais de 10 bilhões de dólares - segundo os cálculos da empresa, esse é o montante equivalente aos 57,4% de sua participação na YPF. "Estes atos não ficarão impunes", disse Brufau.
O executivo disse ainda que a campanha contra a empresa nas últimas semanas na Argentina foi planejada para provocar a queda da ação da YPF e facilitar a expropriação com preço reduzido. "É ilegítimo e injustificável", afirmou.
Histórico - Comprada em 1999 pela Repsol, a YPF foi a grande aposta da empresa espanhola para alavancar seu processo de internacionalização. À época, a Repsol pagou 13,4 bilhões de euros pela YPF.
Hoje a YPF é responsável por metade da produção de petróleo da Repsol (472.000 barris por dia), possui pouco menos da metade de suas reservas totais (cerca de 1.000 milhões de barris de um total de 2.180 milhões) e contribui com um terço do lucro bruto (1,23 bilhão de euros).
Segundo dados do El País, a YPF já investiu 11 bilhões de euros na Argentina e triplicou a quantidade de dividendos pagos pela empresa.
Hoje, a composição acionária da YPF está distribuída da seguinte maneira: 57,43% da Repsol, 25,46% do Grupo Petersen, 17,09% de capital flutuante na Bolsa e apenas 0,02% do governo argentino.
(Com agência France-Presse)
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