O Estado de S.Paulo
A presidente Dilma Rousseff iniciou na sexta-feira, 19, uma série de comícios de apoio a correligionários e a aliados neste 2.º turno das eleições municipais. Os locais escolhidos têm em comum candidatos adversários cuja projeção é nacional ou que são apoiados por políticos que poderão estar unidos contra ela na disputa pela reeleição presidencial em 2014.
Andre Dusek/AE
Dilma embarca no helicóptero presidencial da FAB na sexta-feira
Salvador foi a primeira parada do périplo de Dilma. Em caso de vitória de ACM Neto (DEM), adversário de Nelson Pelegrino (PT), a capital baiana poderá se transformar num centro forte de oposição tanto ao governo estadual de Jaques Wagner (PT) quanto ao governo federal.
A presidente também subirá em palanques em Campinas, São Paulo e Manaus. Na manhã de sábado, 20, Dilma participa ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de comício do candidato do PT à prefeitura da cidade do interior paulista, Márcio Pochmann, no Largo do Rosário, tradicional palco de manifestações políticas no centro do município. A disputa em Campinas reedita um confronto PT versus a aliança PSB-PSDB ocorrida em Belo Horizonte. O aliado nacional Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, apoia o adversário de Pochmann, Jonas Donizette (PSB) (mais informações no texto abaixo).
Cerca de seis horas depois de passar por Campinas, Dilma é esperada no palanque de Fernando Haddad, em evento no Ginásio do Canindé, zona norte de São Paulo. Também foi confirmada a presença de Lula, do deputado Gabriel Chalita (PMDB), quarto colocado na disputa do primeiro turno, e do vice-presidente da República, Michel Temer. Este será o segundo comício de Dilma com o candidato do PT - o primeiro ocorreu na última semana de campanha do primeiro turno, na zona leste.
Em São Paulo, o adversário é José Serra (PSDB), que já disputou duas eleições presidenciais e é uma força nacional dos tucanos.
Antes do evento, o comício com Haddad virou notícia por um motivo um tanto incomum - a coordenação de campanha do PT teria convencido Dilma a alterar a data de um comício por causa da novela Avenida Brasil. O compromisso estava agendado inicialmente para sexta-feira, no mesmo dia e horário do último capítulo da trama. A avaliação foi a de que ninguém apareceria no comício. O caso ganhou até repercussão internacional e virou notícia no diário inglês The Guardian e na rede de televisão britânica BBC. "Nem mesmo Dilma, uma das mais populares presidentes da história brasileira, pode desafiar o poder do fenômeno do horário nobre chamado Avenida Brasil", escreveu o Guardian.
Já na segunda-feira, Dilma prometeu ir a Manaus, onde participará de um comício ao lado da senadora Vanessa Grazziotin (PC do B). Ela disputa o segundo turno contra o candidato tucano Arthur Virgílio, também senador.
Além de Virgílio ter se transformado num dos principais opositores do governo de Lula, ele ainda terá o apoio do senador mineiro Aécio Neves (PSDB), que deverá desembarcar na cidade na terça-feira. Aécio é o nome mais cotado da oposição para enfrentar Dilma em 2014 na corrida ao Palácio do Planalto. O tucano, inclusive, busca uma aproximação com Eduardo Campos, hoje aliado de Dilma, a fim de que ambos estejam juntos na disputa daqui a dois anos. Campos, porém, tem dito que permanecerá na base de apoio da presidente e voltará a "ajudá-la a governar" tão logo as disputas locais acabem no próximo dia 28 de outubro.
No 1.º turno, Dilma participou de apenas dois comícios, um em Belo Horizonte, onde seu candidato, Patrus Ananias, acabou derrotado por Marcio Lacerda (PSB) - apoiado diretamente por Aécio -, e outro em São Paulo, onde Haddad conseguiu chegar ao 2.º turno contra Serra, superando Celso Russomanno (PRB).
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