Homens da Marinha embarcam em direção às comunidades ocupadas (Foto: Ide Gomes/G1)
Mais de dois mil homens das forças policiais e do Exército participam
da operação nas favelas de Jacarezinho, Manguinhos, Mandela e Varginha,
no subúrbio do Rio, na manhã deste domingo (14). A ação tem o apoio de
24 veículos blindados, sendo 13 da Marinha e 11 da Polícia Militar, além
de sete aeronaves da Polícia Rodoviária Federal, da PM e da Polícia
Civil. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, este é o primeiro
passo para a implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) em
Manguinhos.Ao todo, a capital fluminense já concentra 28 UPPs, instaladas nos últimos quatro anos. A mais recente é a da favela da Rocinha, na Zona Sul da cidade, inaugurada em 20 de setembro deste ano.
Número de blindados na operação chega a 24 (Foto: Ide Gomes/G1)
Na chegada das forcas policiais foram disparados poucos tiros. Até as
6h, não havia informações de prisões e apreensões de drogas e armas. A
Polícia Militar colocou um efetivo de 400 homens na Baixada Fluminense
para reforçar a segurança da região, que pode ser utilizada como rota de
fuga dos criminosos.Várias vans da Secretaria municipal de Assistência Social estão nos arredores do Jacarezinho, que tem a maior cracolândia do Rio de Janeiro, para recolher moradores de rua e dependentes químicos. Eles serão levados para os abrigos da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Comunidades começaram a ser ocupadas pouco antes das 5hI (Foto: Ide Gomes/G1)
saiba mais
Processo de PacificaçãoA preparação para o início do processo de pacificação começou na sexta-feira (12), quando policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Choque (BPChq), e do 22º BPM (Maré) e 3º BPM (Méier) reforçaram a segurança no entorno, realizando blitzes em vias estratégicas, como a Avenida Brasil, e revistando as pessoas que entravam e saíam das comunidades.
Por volta das 1h50 deste domingo (14), cinco blindados da Marinha saíram do Batalhão de Engenharia, localizado na Rodovia Rio-Petrópolis, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para a ocupação nas comunidades.
Forças de segurança encontraram fogueiras em pontos do Jacarezinho (Foto: Ide Gomes/G1)
No total, segundo a assessoria da Marinha, a operação conta ainda com
13 blindados e 177 militares. Já a Polícia Militar informou que cerca de
1300 homens participarm da operação. No entanto, 800 participam da
incursão nas comunidades e 500 permanecem fazendo patrulhamento e
contenção no entorno das favelas. Também participam da ação mais de mil
policiais civis.Devido a ocupação, a Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio) e a Guarda Municipal implementaram alguns bloqueios de tráfego nas regiões onde irão acontecer a operação.
Policiais civis no interior do Jacarezinho (Foto: Ide Gomes/G1)
De acordo com a programação, as vias bloqueadas são: Avenida Dom Helder
Câmara, na altura da Avenida Ademar Bebiano e na altura da Avenida
Leopoldo Bulhões; Avenida Leopoldo Bulhões, na altura da Linha Amarela;
Largo de Benfica; Estrada Velha da Pavuna, na altura da Rua Francisco
Medeiros e Rua Danke de Matos, na altura da Rua Manoel Fontenele.
Fogueira no interior da comunidade do Jacarezinho, no subúrbio do Rio (Foto: Marcelo Ahmed/G1)
Principal reduto da maior facção criminosa
Depois da ocupação do conjunto de favelas do Alemão e da Penha, no final de 2010, as favelas do Jacarezinho e de Manguinhos, Mandela e Varginha se transformaram no principal reduto da maior facção criminosa do Rio de Janeiro, concentrando, inclusive, a distribuição de drogas para outras comunidades.
E foi desse reduto criminoso que, no dia 3 de julho deste ano, 15 traficantes armados partiram para resgatar o traficante Diego Feitosa de Souza, o DG, preso na carceragem da 25ª DP (Engenho Novo). O criminoso é um dos chefes da venda de drogas na região e continua foragido.
Consumo de drogas e tiroteios
Vizinhas, as comunidades do Jacarezinho e Manguinhos são divididas por três importantes vias: Dom Hélder Câmara, Democráticos e Leopoldo Bulhões. Com a intensa circulação de traficantes armados entre as favelas, é grande o número de assaltos a motoristas e tiroteios na região - que ficou conhecida como "Faixa de Gaza".
A área abriga a maior cracolândia do Rio, alvo de constantes de operações da Secretaria municipal de Assistência Social, responsável pelo trabalho de acolhimento de usuários de crack, que são encaminhados para as unidades da Rede de Proteção Especial da Prefeitura do Rio.
Cidade da Polícia
A região vai receber ainda a Cidade da Polícia, um conjunto prédios que vai abrigar 14 delegacias especializadas da Polícia Civil numa área de 66 mil metros quadrados, localizada estrategicamente na interseção entre as comunidades Jacarezinho e Manguinhos. De acordo com o governo do estado, a previsão é que a Cidade da Polícia seja inaugurada até janeiro de 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário