Procurador-geral comentou declarações do ex-chefe da Casa Civil em blog.
Ex-ministro escreveu que a corte o condenou pressionada pela imprensa.
Em carta postada em seu blog logo após o final da sessão de terça (9), Dirceu afirmou que o STF o teria condenado "sob forte pressão da imprensa".
Na avaliação do chefe do Ministério Público, a reação do ex-ministro do governo Lula (2003-2010) foi "absolutamente despropositada".
"É uma afirmação absolutamente despropositada. O Supremo Tribunal Federal tem, desde o início da tramitação do inquérito, se esmerado em assegurar aos acusados o devido processo legal, a observância de todos aqueles direitos e garantias previstos na Constituição. Longe de constituir um julgamento de exceção, constitui um exemplo magnífico de um julgamento feito em um tribunal de um país em que o estado democrático de direito vigora", observou Gurgel.
No texto intitulado "Ao Povo Brasileiro", Dirceu enfatizou que foi condenado pelo Supremo sem que os autos do processo não apresentassem provas contra ele. Disse ainda que vai "lutar até provar minha inocência".
"Hoje (terça), a Suprema Corte do meu país, sob forte pressão da imprensa, me condena como corruptor, contrário ao que dizem os autos, que clamam por justiça e registram, para sempre, a ausência de provas e a minha inocência. O Estado de Direito Democrático e os princípios constitucionais não aceitam um juízo político e de exceção”, escreveu o ex-chefe da Casa Civil.
Nesta quarta, um dia após a condenação, Dirceu divulgou novo texto, desta vez de "gratidão" aos que o apoiaram após a condenação. Na nova mensagem, o ex-ministro chama os apoiadores "para as ruas", visando à vitória no segundo turno das eleições municipais.
Genoino
Gurgel também contestou, indiretamente, as acusações feitas nesta quarta pelo ex-presidente do PT José Genoino por meio de uma carta aberta.
Condenado, por maioria pelos ministros do STF na sessão de terça, Genoino anunciou, nesta manhã, sua exoneração do cargo de assessor especial do Ministério da Defesa. Na ocasião, ele divulgou uma mensagem na qual alegou que o PT teria sido vítima de uma "campanha de ódio" de setores da sociedade que "nunca aceitaram" a chegada do partido ao Palácio do Planalto.
"Perseguição do Ministério Público, jamais houve. Como se diz desde o início, é uma acusação solidamente baseada em provas. Não se fez qualquer afirmação leviana, mas uma acusação que é amparada fartamente pelos elementos que são provas dos autos", enfatizou Gurgel.
O procurador ainda destacou que a expectativa do Ministério Público sempre foi no sentido de que o STF iria acolher a acusação contra os réus suspeitos de envolvimento no esquema de compra de votos no Congresso tal como foi formulada pela instituição.
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