Ex-deputados Professor Luizinho e Paulo Rocha, que escaparam da condenação, festejaram durante reuniões de petistas na Câmara dos Deputados
Laryssa Borges
Os ex-deputados do PT Professor Luizinho (SP) e Paulo
Rocha, durante a Exposição Comemorativa da Edição 5000 do Boletim do PT
na Câmara
(Andre Dusek/AE)
“Agora sou ex-deputado e ex-mensaleiro”
“Agora sou ex-deputado e ex-mensaleiro”, debochou, gargalhando, o ex-líder petista Professor Luizinho, absolvido do crime de lavagem de dinheiro na mais alta corte do país. Acusado de embolsar 20 000 reais do esquema de corrupção, Luizinho foi um dos políticos que enfrentou outro tipo de condenação: nas urnas. Em 2006, ele não conseguiu renovar seu mandato de deputado federal. Dois anos depois, não teve votos sequer para se eleger vereador em Santo André, no ABC paulista.
Ao seu lado, mais contido, o também ex-líder Paulo Rocha sorria. Presidente do diretório do PT no Pará, Rocha também se livrou de uma condenação por lavagem. Ele foi beneficiado após um empate de cinco votos a cinco dentro do STF. Nas urnas, também foi castigado em 2010.
Em rodinhas, deputados, ex-congressistas e funcionários do PT comemoravam, ao som de “Lula lá”, as edições dos informes do PT na Câmara. Banners e painéis nas paredes foram fixados nas paredes com petistas históricos: o ex-presidente Lula, o ex-presidente do PT José Genoino pela corte, e o ex-deputado Paulo Rocha estampavam a galeria dos ex-líderes da legenda na Casa. O quadro ao lado mostrava aqueles que, filiados ao partido, ocuparam a presidência da Câmara dos Deputados: Arlindo Chinaglia, Marco Maia e João Paulo Cunha.
Genoino - Condenados no julgamento do mensalão, nem Genoino nem João Paulo apareceram na festa. Mas o lobby em favor do retorno de Genoino à Câmara não era escondido por ninguém. O ex-presidente petista, condenado no mensalão pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha, pode ocupar, por ser o primeiro suplente do PT, a vaga de Carlinhos Almeida, eleito prefeito de São José dos Campos (SP).
“Politicamente e legalmente sim (é possível o retorno de Genoino). Do ponto de vista do PT não há nenhuma restrição”, dizia o presidente nacional da legenda, Rui Falcão. “O PT não está desgastado. Tentaram julgar o PT, mas quem está sendo julgado são as pessoas”, argumentava.
O presidente da Câmara, Marco Maia, resumia a possibilidade de posse de Genoino: “Ele pode tomar posse. É uma garantia da Constituição”. O atual líder petista, Jilmar Tatto, foi ainda mais explícito na defesa do correligionário: “Uai, por que não teria condições de tomar posse?”
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