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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Assunção vive clima tenso em dia do julgamento de Lugo

A capital paraguaia acordou com cara de feriado nesta sexta-feira em que o futuro do presidente Fernando Lugo será definido.
No centro de Assunção, de ruas sempre cheias em dias úteis, poucas pessoas circulam pelas calçadas e muitas lojas estão fechadas, diante do receio de que um impeachment contra o presidente seja o estopim de confrontos entre apoiadores de Lugo e policiais pela cidade.
Na maior parte das escolas, as aulas foram canceladas e os ônibus não tem circulado normalmente. "Minha mulher não conseguia encontrar um ônibus para ir ao trabalho hoje de manhã. As empresas estão colocando poucos veículos para circular com medo de eles serem depredados se houver confusão", disse o paraguaio Alberto Garay, que mora em um bairro próximo ao aeroporto.

Crise no Paraguai



Jorge Adorno/Reuters
Camponeses aliados do presidente Lugo estão concentrados em Assunção, antes do julgamento de impeachment 
Nas ruas que levam ao Congresso e à Praça da Democracia, onde estão em "vigília" desde ontem manifestantes pró-Lugo, já há barreiras policiais proibindo a circulação de carros.
Há nitidamente um reforço policial nas ruas, com membros da polícia nacional ajudando, inclusive, a controlar as barreiras no trânsito.
Já se pode ver também vários ônibus fretados para trazer campesinos para a capital, mas ainda há a expectativa que cheguem muito mais até a tarde, quando o presidente apresentará sua defesa no Congresso e a decisão do Senado será anunciada por voltas das 16h30 (17h30 no Brasil).
ENTENDA
Ontem, o Parlamento paraguaio aprovou o início de um processo de impeachment do presidente Fernando Lugo, a quem partidos de oposição responsabilizam pelos confrontos.
Lugo já anunciou que vai enfrentar o julgamento político e não pretende renunciar. Ele é acusado de "mau desempenho de suas funções", principalmente por um episódio sangrento de conflito de terras ocorrido na semana passada.
Um confronto armado deixou seis policiais e 11 camponeses mortos na sexta-feira passada em Curuguaty, a 250 km da capital.
O episódio forçou a saída do ministro do Interior, Carlos Filizzola, e do comandante da polícia, Paulino Rojas, que deixaram seus cargos pressionados pelo Congresso.
A reforma agrária era uma das prioridades do governo de Lugo, mas o mandatário teve dificuldades para aproximar posições entre as organizações camponesas e os proprietários, na medida em que buscava colocar ordem no organismo encarregado pela distribuição de terras.

Editoria de arte/Folhapress

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