ISTOÉ localizou alguns dos personagens do maior escândalo de corrupção dos últimos anos e descobriu que, dentro ou fora da vida pública, a maioria acumula poder e influência pelo País
Izabelle TorresFUNCIONÁRIO DA CÂMARA
Acusado de distribuir propina, Jacinto Lamas
é hoje chefe-de-gabinete do PR
O ex-líder do governo Lula, professor Luizinho, saiu da vida política pela porta de trás e entrou na elite do mundo empresarial. Em seu nome estão duas empresas. Uma delas é de consultoria e existe desde 2007. Nessa empresa, ele presta serviços a gente interessada em irrigar contas bancárias com dinheiro público por meio de convênios com prefeituras e ministérios. Em outra investida empresarial, ele divide com a mulher a sociedade na Analuz Reflorestamento, sediada na Bahia e especializada em plantações de eucaliptos. Assim como o petista Luizinho, o ex-deputado do PTB Romeu Queiroz não voltou para cargo eletivo depois do escândalo, mas, para ganhar dinheiro, se vale da influência que teve um dia. Em seu nome há nove empresas. Duas são de aluguel de veículos e estão frequentemente na lista de contratadas de prefeituras mineiras. Quem também se reergueu depois do desgaste público foi Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural. Ela continua sendo uma das principais acionistas da instituição e divide seu tempo entre administrar seus negócios pessoais e os da holding do Grupo Rural. Seu poder na corporação não diminuiu: ela ainda participa das decisões estratégicas do banco e dá expediente diário na instituição.
PATRIMÔNIO
A mansão de Lamas em Brasília:
"Estou bem e não falo do Mensalão"
É o peso de ser um réu que move a rotina de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT. Com um memorial em mãos, ele tem feito palestras pelo País pregando sua inocência. Para ganhar a vida longe da administração do partido, Delúbio montou uma imobiliária que atua na internet. Ele optou por ficar longe de disputas eleitorais. Escolha oposta à que foi feita pelo ex-deputado Paulo Rocha, que tem dado as cartas nas eleições do Pará como presidente de honra do PT no Estado, e a de Anderson Adauto, que briga para permanecer no comando do PMDB de Uberaba. Com planos mais audaciosos, o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) costura apoio e alianças em torno da sua candidatura à prefeitura de Osasco. Apesar de alguns mensaleiros terem levado a vida nos últimos anos como se nada devessem ao País, todos sabem que há 11 ministros do STF no meio de seu caminho.
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