Paralisação prejudica não só os usuários de transportes coletivos, mas também toda a população da Capital
Os
fortalezenses foram, ontem, ainda mais penalizados pela greve dos
motoristas e cobradores de ônibus. A estratégia colocada em ação pela
categoria foi atingir não só os usuários do transporte coletivo, mas a
população em geral, que teve de enfrentar intermináveis engarrafamentos
de veículos ocasionados pelos bloqueios dos ônibus, cujos pneus foram
esvaziados com a finalidade de obstruir o tráfego nas principais
avenidas utilizadas como corredores das linhas de transportes coletivos.
De
acordo com o tenente coronel Francisco Souto, comandante do 5º Batalhão
da Polícia Militar, ontem, não foram registradas prisões ou depredações
aos coletivos, tendo as ações se concentrado nos abandonos dos veículos
durante seus percursos. "Ações essas muito difíceis de se combater",
ressalta.
Quem
trafegou no Centro na manhã de ontem, principalmente pelas avenidas
Bezerra de Menezes, Domingos Olímpio, Duque de Caxias, Tristão
Gonçalves, Imperador, da Universidade e nas ruas Meton de Alencar,
General Clarindo de Queiroz, Antônio Pompeu e 24 de maio enfrentou um
grande congestionamento devido aos mais de 20 ônibus que tiveram seus
pneus secados e obstruíam as vias.
Na Avenida Osório de Paiva,
outros 17 veículos estavam parados pelo mesmo motivo. Diante disso, a
população era obrigada a descer dos coletivos e prosseguir a pé ou
imprensada nos poucos transportes alternativos.
Algumas vezes,
mesmo com os semáforos abertos, os veículos não seguiam viagem.
Conseguir passar de uma mão para outra da via era tarefa difícil para
qualquer um. Em algumas avenidas, foi necessária a intervenção da
Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) para desobstruir os
locais.
Revolta
"Isso tudo é um absurdo
com a população que pagou a passagem. Eles podem fazer greve, é um
direito deles, mas sem mexer no bolso das pessoas ou deixá-los no meio
da rua", reclamou o comerciante Francisco Bastos, que estava em um dos
ônibus que tiveram os pneus secados e as chaves quebradas.
Ele
afirma que cerca de sete motoqueiros com camisas vermelhas entraram na
frente do ônibus e obrigaram o motorista a parar. Depois, eles entraram
no veículo e quebraram a chave, que ainda estava na ignição.
Às
18h, o problema ainda era o mesmo. Os usuários tiveram de descer dos
transportes coletivos e, a pé, se dirigiram até pontos de maior
concentração de passageiros, como as paradas da Duque de Caxias e a do
Shopping Benfica.
Segundo o vice-presidente licenciado do
Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do
Ceará (Sintro), Francisco Sérgio Barbosa Medeiros, as manifestações se
concentraram no Centro da Cidade devido à fiscalização nos terminais e
garagens. "Fomos ameaçados, nesta madrugada, nos terminais, quando fomos
falar com os motoristas sobre a greve", afirmou.
Ele acrescentou
que o sindicato está aberto a negociações com o Sindicato das Empresa
de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), pois a
categoria quer resolver a situação o mais rápido possível.
A
determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que fixou a frota
circulante, nos horários de pico, em 70% e em 50% nos demais horários,
ficou perto de ser cumprida. Segundo o boletim da Empresa de Transporte
Urbano de Fortaleza (Etufor), 69,84% dos veículos circularam na Capital
entre 18h e 19h de ontem. Entre 5h e 8h30, a frota chegou a 68,61%. A
Etufor informou que os horários de pico a serem considerados são os
compreendidos entre 5h às 8h30 e das 16h30 às 22 horas.
Espera e irritação
Logo
no inicio da manhã, o Terminal Antônio Bezerra estava bastante
movimentado. Muitas filas foram formadas pelos usuários à espera da sua
condução. No Terminal do Papicu, a situação era quase a mesma. O número
de usuários era pequeno, mas o fluxo foi intenso durante toda a manhã.
Já no Terminal de Messejana, passageiros aguardavam a sua vez de entrar
no ônibus em um grande número de filas. Muitos veículos passavam
constantemente pelo local. Manifestantes secaram pneus e roubaram as
chaves de cerca de 20 ônibus. Devido a essas ocorrências, as avenidas
Domingos Olímpio e Tristão Gonçalves, no Centro da Capital, se
transformaram em um caos, irritando motoristas. Na Avenida Osório de
Paiva, outros 17 veículos estavam parados pelo mesmo motivo.
Operação assistida do Metrofor será ampliada
Devido
à greve dos motoristas e cobradores de ônibus, mais três Veículos Leves
sobre Trilhos (VLTs) vão circular, em caráter extraordinário, durante a
operação assistida que acontece na Linha Sul do Metrô de Fortaleza
(Metrofor), entre as estações Carlito Benevides (Pacatuba) e da
Parangaba (Fortaleza). Além do horário das 8h ao meio-dia, a operação
dará um reforço no horário de pico, compreendido entre as 16h e 19h.
A
estimativa é que haja partidas a cada 20 minutos. Cada VLT tem
capacidade de transportar 776 passageiros por viagem. Não haverá
cobrança de passagem aos usuários.
Redes sociais
No
Twitter, a greve está entre os assuntos mais comentados do Brasil, os
chamados trending topics. Os internautas criaram a palavra-chave de
relevância #grevedeonibus, que conecta postagens sobre o tema. A
hashtag, como é chamado esse tipo de filtro das redes sociais, ajuda os
cidadãos a escolher qual rota seguir. O perfil @Grevedeonibus, criado na
manhã de ontem, também traz atualizações constantes sobre a situação.
O
Diário do Nordeste Online (@diarioonline) criou a palavra-chave
#greveemfortaleza, através da qual os internautas enviam imagens de
flagrantes e contam experiências. Os leitores também podem acompanhar
matérias, comentários e galerias de fotos na página oficial do jornal no
Facebook.
A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) reservou um espaço, no site oficial (http://www.fortaleza.ce.gov.br/etufor), dedicado ao monitoramento da frota.
Através
do link, os internautas têm acesso ao boletim que aponta a porcentagem
de ônibus em circulação, de hora em hora. Pelo perfil no Twitter,
@Etufor, o órgão informa o tempo de espera de cada linha.
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