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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Ônibus parados bloqueiam vias e geram engarrafamentos

Paralisação prejudica não só os usuários de transportes coletivos, mas também toda a população da Capital
Os fortalezenses foram, ontem, ainda mais penalizados pela greve dos motoristas e cobradores de ônibus. A estratégia colocada em ação pela categoria foi atingir não só os usuários do transporte coletivo, mas a população em geral, que teve de enfrentar intermináveis engarrafamentos de veículos ocasionados pelos bloqueios dos ônibus, cujos pneus foram esvaziados com a finalidade de obstruir o tráfego nas principais avenidas utilizadas como corredores das linhas de transportes coletivos.

De acordo com o tenente coronel Francisco Souto, comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar, ontem, não foram registradas prisões ou depredações aos coletivos, tendo as ações se concentrado nos abandonos dos veículos durante seus percursos. "Ações essas muito difíceis de se combater", ressalta.

Quem trafegou no Centro na manhã de ontem, principalmente pelas avenidas Bezerra de Menezes, Domingos Olímpio, Duque de Caxias, Tristão Gonçalves, Imperador, da Universidade e nas ruas Meton de Alencar, General Clarindo de Queiroz, Antônio Pompeu e 24 de maio enfrentou um grande congestionamento devido aos mais de 20 ônibus que tiveram seus pneus secados e obstruíam as vias.

Na Avenida Osório de Paiva, outros 17 veículos estavam parados pelo mesmo motivo. Diante disso, a população era obrigada a descer dos coletivos e prosseguir a pé ou imprensada nos poucos transportes alternativos.

Algumas vezes, mesmo com os semáforos abertos, os veículos não seguiam viagem. Conseguir passar de uma mão para outra da via era tarefa difícil para qualquer um. Em algumas avenidas, foi necessária a intervenção da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) para desobstruir os locais.

Revolta
"Isso tudo é um absurdo com a população que pagou a passagem. Eles podem fazer greve, é um direito deles, mas sem mexer no bolso das pessoas ou deixá-los no meio da rua", reclamou o comerciante Francisco Bastos, que estava em um dos ônibus que tiveram os pneus secados e as chaves quebradas.

Ele afirma que cerca de sete motoqueiros com camisas vermelhas entraram na frente do ônibus e obrigaram o motorista a parar. Depois, eles entraram no veículo e quebraram a chave, que ainda estava na ignição.

Às 18h, o problema ainda era o mesmo. Os usuários tiveram de descer dos transportes coletivos e, a pé, se dirigiram até pontos de maior concentração de passageiros, como as paradas da Duque de Caxias e a do Shopping Benfica.

Segundo o vice-presidente licenciado do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro), Francisco Sérgio Barbosa Medeiros, as manifestações se concentraram no Centro da Cidade devido à fiscalização nos terminais e garagens. "Fomos ameaçados, nesta madrugada, nos terminais, quando fomos falar com os motoristas sobre a greve", afirmou.

Ele acrescentou que o sindicato está aberto a negociações com o Sindicato das Empresa de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), pois a categoria quer resolver a situação o mais rápido possível.

A determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que fixou a frota circulante, nos horários de pico, em 70% e em 50% nos demais horários, ficou perto de ser cumprida. Segundo o boletim da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), 69,84% dos veículos circularam na Capital entre 18h e 19h de ontem. Entre 5h e 8h30, a frota chegou a 68,61%. A Etufor informou que os horários de pico a serem considerados são os compreendidos entre 5h às 8h30 e das 16h30 às 22 horas.

Espera e irritação
Logo no inicio da manhã, o Terminal Antônio Bezerra estava bastante movimentado. Muitas filas foram formadas pelos usuários à espera da sua condução. No Terminal do Papicu, a situação era quase a mesma. O número de usuários era pequeno, mas o fluxo foi intenso durante toda a manhã. Já no Terminal de Messejana, passageiros aguardavam a sua vez de entrar no ônibus em um grande número de filas. Muitos veículos passavam constantemente pelo local. Manifestantes secaram pneus e roubaram as chaves de cerca de 20 ônibus. Devido a essas ocorrências, as avenidas Domingos Olímpio e Tristão Gonçalves, no Centro da Capital, se transformaram em um caos, irritando motoristas. Na Avenida Osório de Paiva, outros 17 veículos estavam parados pelo mesmo motivo.

Operação assistida do Metrofor será ampliada
Devido à greve dos motoristas e cobradores de ônibus, mais três Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs) vão circular, em caráter extraordinário, durante a operação assistida que acontece na Linha Sul do Metrô de Fortaleza (Metrofor), entre as estações Carlito Benevides (Pacatuba) e da Parangaba (Fortaleza). Além do horário das 8h ao meio-dia, a operação dará um reforço no horário de pico, compreendido entre as 16h e 19h.

A estimativa é que haja partidas a cada 20 minutos. Cada VLT tem capacidade de transportar 776 passageiros por viagem. Não haverá cobrança de passagem aos usuários.

Redes sociais
No Twitter, a greve está entre os assuntos mais comentados do Brasil, os chamados trending topics. Os internautas criaram a palavra-chave de relevância #grevedeonibus, que conecta postagens sobre o tema. A hashtag, como é chamado esse tipo de filtro das redes sociais, ajuda os cidadãos a escolher qual rota seguir. O perfil @Grevedeonibus, criado na manhã de ontem, também traz atualizações constantes sobre a situação.

O Diário do Nordeste Online (@diarioonline) criou a palavra-chave #greveemfortaleza, através da qual os internautas enviam imagens de flagrantes e contam experiências. Os leitores também podem acompanhar matérias, comentários e galerias de fotos na página oficial do jornal no Facebook.

A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) reservou um espaço, no site oficial (http://www.fortaleza.ce.gov.br/etufor), dedicado ao monitoramento da frota.

Através do link, os internautas têm acesso ao boletim que aponta a porcentagem de ônibus em circulação, de hora em hora. Pelo perfil no Twitter, @Etufor, o órgão informa o tempo de espera de cada linha.

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