Onda de repressão do regime sírio levou ONU a aumentar pressão contra Assad
Manifestantes denunciam massacres e pedem a saída de Bashar Assad do poder
(Mohd Rasfan/AFP)
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou nesta
sexta-feira que cerca de 1,5 milhão de civis necessitam de ajuda
humanitária na Síria,
país que há 15 meses sofre com conflitos entre as forças de segurança
do ditador Bashar Assad e grupos de oposição que exigem a saída do
presidente sírio do poder. Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
"Segundo nossas estimativas, o número de sírios que precisam de ajuda é de 1,5 milhão de pessoas, um número que segue aumentando dia após dia", afirmou em entrevista coletiva o porta-voz do CICV, Hicham Hassan, ao apresentar um balanço que difere em 500 mil pessoas dos últimos dados divulgados pela ONU.
O porta-voz procurou respaldar os cálculos da Cruz Vermelha ao afirmar que sua organização tem acesso "a todo o território" sem muitas limitações, o que não acontece com a missão da ONU na Síria, cujos observadores foram impedidos na quinta-feira de entrar na cidade de Hula, onde na véspera ocorreu um massacre no qual morreram 86 pessoas.
Pressão – A crescente onda de repressão do regime de Assad levou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a aumentar a pressão contra o governo sírio de forma inédita desde o início da crise. Ban foi enfático ao falar do assunto nesta quinta-feira, em encontro com jornalistas ao lado de Kofi Annan, emissário da Nações Unidas para a Síria, e Nabil El-Araby, dirigente da Liga Árabe.
"O regime sírio perdeu sua humanidade fundamental e não tem mais legitimidade", afirmou o secretário-geral.
O sul-coreano elevou o tom do discurso ao lembrar os últimos massacres. "São indicativas de um padrão que equivale a crimes contra a humanidade. O povo sírio está sangrando. Está com raiva. Ele quer paz e dignidade; mas do que isso, ele quer ação", afirmou.
(Com agência EFE)
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