SELVA

SELVA

PÁTRIA

PÁTRIA

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Presidente do Paraguai afirma que não renunciará

A Câmara de Deputados aprovou inesperadamente um pedido de julgamento político para destituir o presidente Fernando Lugo por "mau desempenho de suas funções"

Agência Brasil
000_Mvd6362019.jpg
O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, anunciou nesta quinta-feira (21) que não renunciará e que se submeterá a um julgamento político de destituição aprovado pelo Congresso, após um confronto armado que deixou seis policiais e 11 camponeses mortos na sexta-feira passada. "Este presidente não vai apresentar renúncia ao cargo e se submete com absoluta obediência à Constituição e às leis para enfrentar o julgamento político com todas as suas consequências", afirmou o chefe de Estado em uma mensagem à nação.
"Denuncio ante o povo que sua vontade está sendo alvo de um ataque sem misericórdia de setores que sempre se opuseram à mudança para que o povo seja protagonista de sua democracia", manifestou o presidente. Lugo acusou os congressistas de terem abandonado a mesura, a reflexão e de levar "a tambor batente" o julgamento para sua destituição.
Também afirmou que os opositores "querem roubar a suprema decisão do povo" que o escolheu na eleição de 20 de abril de 2008. Lugo fez a declaração à nação poucos minutos depois de a Câmara dos Deputados ter aprovado, quase por unanimidade, o julgamento político contra o presidente, acusado de mau desempenho de suas funções.
Câmara
A Câmara de Deputados aprovou inesperadamente um pedido de julgamento político para destituir o presidente Fernando Lugo por "mau desempenho de suas funções", informaram oficialmente fontes parlamentares. A petição foi aprovada por 73 votos contra 1, após a matança de seis policiais e 11 sem-terras em um choque armado na sexta-feira passada, em Curuguaty, 250 km a nordeste.
As próximas eleições presidenciais estão marcadas para 23 de abril de 2013 e o período presidencial finaliza em 15 de agosto desse ano. Eulalio López, líder sem-terra da Liga Nacional de Carperos, envolvida nos violentos choques com a polícia, pediu que seus partidários se mobilizem para defender o presidente. Em caso de renúncia do presidente, assumirá seu lugar o vice, Federico Franco, líder do Partido Liberal, componente da Aliança Patriótica para a Mudança (APC), a coalizão que venceu as eleições presidenciais de 2008.
O presidente anunciou na quarta-feira a formação de um grupo civil que, com o apoio da OEA, vai investigar o conflito agrário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário