O tenente-coronel da reserva Sebastião Curió Rodrigues de Moura, mais conhecido como major Curió, poderá ser intimado a entregar ao poder público documentos que teria em seu poder sobre a Guerrilha do Araguaia, que atuou de 1972 a 1975. Pedido com esse objetivo acaba de ser encaminhado à Justiça Federal, em Brasília, por representantes da Advocacia-Geral da União (AGU).
No pedido apresentado à juíza Solange Salgado, da 1ª Vara Federal, a AGU quer que o militar seja convocado para prestar esclarecimentos sobre arquivos que teria em seu poder e poderiam ajudar na busca de mortos e desaparecidos. Curió, que teve papel destacado na caça aos guerrilheiros, guarda há 32 anos documentos e anotações que confirmam a execução de prisioneiros.
Foram esses documentos, revelados pelo Estado, que trouxeram à tona novas informações sobre o conflito. Uma das mais relevantes é que o número de prisioneiros mortos pelos militares foi maior do que se sabia até agora. Pelas notas de Curió, foram 41 execuções, não 25.
De acordo com o procurador regional, Manuel de Medeiros Dantas, que apresentou na quinta-feira o pedido à Justiça Federal, as informações que supostamente estariam em posse de Curió podem ser decisivas para esclarecer os fatos e localizar as ossadas.
"A oitiva é de crucial importância para que a sociedade brasileira saiba dos fatos ocorridos na região, inclusive de fatos sobre os quais a União não tem registros oficiais", explicou.
BUSCAS
Na quarta-feira, a comissão criada pelo Ministério da Defesa para realizar uma nova operação de busca das ossadas dos guerrilheiros mortos deve iniciar seus trabalhos na região do Rio Araguaia, no Pará. A comissão, criada dois meses atrás, tem 33 integrantes.
Inclui oito nomes do Ministério da Defesa (Comando do Exército), dois do Estado do Pará (por ser a região do conflito e a base territorial das buscas), oito nomes do governo do Distrito Federal (base da União e dos médicos e peritos independentes), três da Advocacia-Geral da União (AGU) e três da Polícia Federal. Também foram convidados um professor e um técnico da Universidade de Brasília (UnB), três observadores independentes e o deputado Aldo Arantes, filiado ao Partido Comunista do Brasil, que organizou a guerrilha, cujo objetivo era a derrubada da ditadura militar.
Para atender ao ministro Paulo Vanucchi, defensor de que a busca fosse feita por comissão liderada pela Secretaria de Direitos Humanos, ficou acertado que o grupo contará também com uma espécie de comissão de supervisão, indicada pela pasta.
Em maio, oficiais do 52º Batalhão de Infantaria de Selva, de Marabá, já estiveram na região Serra das Andorinhas, apontada como provável local de sepultamento dos guerrilheiros. Disseram que foram preparar o caminho para os trabalhos da comissão.
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