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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Basta de vassalagem ideológica

O recente episódio do “acordo” feito entre Lula e o bispo Lugo, famoso pelo seu apetite material, em especial no que concerne ao abuso cometido contra ex-paroquianas, algumas até menores de idade, configura mais uma atrocidade cometida contra o Brasil e seu povo.
Segundo o jurista Paulo Brossard, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF): “Ao oferecer o que ofereceu a D. Lugo, o presidente Luiz Inácio pretendeu doar o que não lhe pertence, mas ao Brasil, e pretendeu dispor de cláusulas de um tratado que, ratificado e promulgado, passou a fazer parte do direito positivo nacional, o que o presidente não pode revogar a seu arbítrio; configura o que se chama crime de responsabilidade”.
O fato em sua seca objetividade estampa que o presidente da República se permitiu, para mimosear o país vizinho, alterar unilateralmente o Tratado de Itaipu, em pontos maiores ou menores, pouco importa; o valor pago pela cessão de energia aumentará de US$ 120,3 milhões para US$ 360 milhões, e o Estado se obriga a criar um fundo binacional e ao financiamento de uma linha de transmissão de Itaipu a Assunção, orçada em US$ 450 milhões.
Além disto, a estatal paraguaia Ande poderá, gradualmente, vender a energia excedente no mercado livre brasileiro e o “governo” brasileiro ainda se comprometeu a financiar obras, até em turismo, e conceder créditos do BNDES e do Banco do Brasil para outros projetos de infra-estrutura.
De fato, é a submissão total a um governo estrangeiro que foi eleito com uma plataforma eleitoral apoiada principalmente na bandeira de que, se eleito, o perigoso bispo obrigaria o Brasil a rever suas posturas imperialistas, recuperando plenamente sua soberania sobre Itaipu. Lula ainda procurou justificar sua postura afirmando: “Países maiores têm obrigação de ajudar países menores a dar um salto de qualidade”.
É evidente que o indecente “acordo” terá que ser apreciado pelo Congresso Nacional. Infelizmente, o histórico mostra que o mesmo limita-se a ratificar qualquer absurdo cometido contra os Objetivos Nacionais Permanentes (ONP): Progresso, Soberania, Democracia, Paz Social, Integração Nacional e Integridade do Patrimônio Nacional. Peca por omissão ou por cumplicidade.
Pouco a pouco, o rico patrimônio legado por nossos ascendentes vai sendo dilapidado, passo a passo, principalmente desde a Era Collor. E o pior. Isto foi feito para impedir a derrubada de Lugo, pois o mesmo encontra-se em posição bastante débil, não só em função de sua fraca e conflitante base de apoio, como pela sua medíocre administração e desmoralização crescente, após a divulgação dos escândalos sexuais divulgados.
O fulcro da questão reside no fato de que Lugo é um aliado ideológico de Lula, pois ambos pertencem à mesma corrente com matriz no Foro de São Paulo. Não é por acaso que os interesses nacionais têm sido duramente prejudicados em eventos anteriores envolvendo outros parceiros ideológicos, como Chávez da Venezuela, Morales da Bolívia e Corrêa do Equador, principalmente.
Até refinarias da nossa Petrobras foram ocupadas por tropas bolivianas. Suportamos uma situação bastante desfavorável em relação à Argentina, passando de uma posição altamente superavitária na balança comercial para a atual, amplamente deficitária, em função de medidas protecionistas adotadas pelos nossos “hermanos”.
Só agora a administração petista começa a reagir graças à pressão do nosso setor exportador. E a administração de Lula vai cedendo, concedendo benesses aos alienígenas em evidente desfavorecimento do nosso povo. O argumento de que os preços da energia não vão subir é ridículo. Se não subirem, os impostos aumentarão. Não há conta sem que alguém pague. E o pobre do contribuinte brasileiro será mais uma vez penalizado.
Fomos, somos e seremos explorados pelas nações mais ricas, até que o povo brasileiro se conscientize e reaja, sem nunca termos sido objeto de benesses semelhantes. Somos generosos sim, mas, em nosso entendimento, só poderemos ajudar aos outros povos quando a situação do nosso povo estiver satisfatória, com pleno atendimento das nossas necessidades coletivas, o que não ocorre.
Nossos irmãos brasileiros padecem de péssimas condições de vida, qualquer que sejam os indicadores escolhidos. Pagamos uma das maiores cargas tributárias do mundo, sem a devida contrapartida.
O contribuinte comum não possui direitos e sim deveres. As condições de saúde, educação, previdência, segurança pública, energia, transportes, comunicações, etc. são caóticas.
A administração Lula enfraquece deliberadamente nossas Forças Armadas, cumprindo orientações externas e prosseguindo na trilha iniciada por Collor e agravada por FHC, enquanto, em uma reivindicação esquizofrênica, continua a pleitear um assento no Conselho de Segurança Nacional da ONU. Com qual objetivo?
Até a Índia acaba de lançar no mar seu submarino nuclear feito com recursos próprios, enquanto o nosso tem seu planejamento de execução adiado a cada dia. Resta-nos pressionar o Congresso Nacional de modo incisivo, através de uma grande mobilização nacional, para tentar impedir mais uma traição à Pátria.
Marcos Coimbra
Conselheiro diretor do Cebres, professor de Economia e autor do livro Brasil Soberano.

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