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domingo, 12 de julho de 2009

Brasileiras no futebol americano

Elas adaptaram o esporte ao País e jogam na praia, sem capacete nem ombreiras.Um esporte gringo e até meio bruto está conquistando as mulheres brasileiras: o futebol americano. Elas se reúnem nas praias do Rio, normalmente nos fins de semana, para disputar a posse da bola pontuda, pela qual se confrontam fisicamente e se derrubam ao chão o tempo inteiro. O jogo faz tanto sucesso que ganhou até torneio próprio. Começa no domingo 12 a quarta edição do Vênus Bowl, o campeonato estadual de futebol americano feminino do Rio, desta vez mais profissional, mas ainda sem patrocínio. Conta com a participação de seis times, a maioria com nome em inglês: Coyotes, Phoenix, Barra Flames e Tatuís, da capital, e Saquarema Big Riders e Panthers, de Saquarema, na região dos Lagos. O Coyotes é, até agora, o favorito. “Ganhamos os três primeiros campeonatos e entramos este ano com o mesmo objetivo”, diz a jogadora Deny Barbosa, 23 anos. As equipes adaptaram o jogo para o clima brasileiro. Por exemplo: as meninas jogam descalças, sem o capacete e as ombreiras dos times americanos. Vestem camiseta, short ou calça legging, e algumas adotam luvas para evitar arranhões. Nos dias de competição, usam protetor bucal.
Entretanto, quem joga diz que é raro se machucar. “O máximo é um cortezinho ou um dedo torcido”, diz Tatiana Morand, 22 anos, coordenadora de ataque do Phoenix, que treina aos domingos na Praia do Flamengo. Outro time já tradicional é o Saquarema Big Riders – em português, surfistas de ondas grandes –, que acaba de completar cinco anos, com uma história semelhante à de outras equipes: “Jogava com os meninos, mas não podia participar dos campeonatos. Então decidi montar um time de mulheres”, conta Tatiana Ferreira Sabino, 20 anos.
A partida começa com um chute, ou kickoff, do time que está na defesa. A outra equipe agarra a bola e tenta levála até a linha de gol (ou endzone) do adversário, para fazer a pontuação máxima, o touchdown. O número de jogadoras de cada equipe ainda não chega a 11, como nos EUA, mas subiu de sete para nove, com o crescimento no número de atletas. “Também criamos uma regra que proíbe puxar uniforme, para não rasgar”, diz Deny, do Coyotes, a tricampeã que pratica nas tardes de domingo em Copacabana, no Posto 4. No ano passado, elas criaram a Confederação Brasileira Feminina de Futebol Americano (Cobraffa), com 24 times. Depois do Rio, o Estado campeão no número de equipes é a Paraíba, com quatro: Jampa Breakers, Paraíba Runaways, JP Espectros Ladies e Las Guapas. Também há times em São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Paraná, Mato Grosso, Ceará e Amazonas. O próximo desafio das meninas é lançar um campeonato nacional – ou melhor, um bowl brasileiro.

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