Para alguém que sonha ser uma lenda, 19s19 são suficientes. Usain Bolt mais uma vez desafiou o relógio e brincou com o tempo. Nesta quinta-feira, véspera de seu aniversário, o jamaicano de 22 anos repetiu um feito do passado e eternizou seu nome para as gerações futuras. O campeão olímpico agora é campeão do Mundial de Atletismo. Em dobro. Depois do ouro e do recorde nos 100m, o ouro e recorde nos 200m em Berlim. Apagou os 19s30 - estabelecidos por ele nas Olimpíadas de Pequim, em 2008 – e reescreveu, com tinta dourada, a nova melhor marca do planeta.
- Sempre há limites. Eu não conheço os meus - disse Bolt.Michael Johnson, americano que, antes das Olimpíadas de Pequim, detinha o recorde mundial dos 200m, não botou fé em Bolt.
- Acho que ele está muito cansado pela disputa dos 100m – disse ele, antes da final.Bolt provou que Johnson estava errado. E precisou de menos de 20 segundos para isso. Quando chegou à pista, carregava nas costas sua mochila e, nas mãos, duas garrafas de água. Tirou o agasalho e exibiu, no peito, a frase “Eu sou Berlino (nome do mascote do Mundial)”, escrita a mão na blusa. Para competir, trocou de camisa. A primeira homenagem já estava feita. Faltava mais uma.Depois de uma largada queimada, ele voltou para seu lugar e a fazer gracinhas. Nada parecia atrapalhar a sua concentração. Quando finalmente correu para valer, não precisou de muito esforço para abrir uma larga vantagem. Cruzou a linha de chegada após 19s19. Apontou para o relógio. Até ele, o relógio, tinha sido mais lento: marcava 19s20. Tanto o tempo errado quanto o correto significavam o mesmo: recorde mundial.O panamenho Alonso Edward, segundo colocado, chegou após 62 centésimos. O terceiro, o americano Wallace Spearmon, apareceu depois de 66.
O Estádio Olímpico de Berlim, que outrora viu um ditador nazista engolir a seco a vitória de um negro – Jesse Owens, nas Olimpíadas de 1936 – nesta quinta recebeu mais uma dose do talento de Usain Bolt. E a terceira será no sábado, já que a sexta deve ser de descanso. Descanso para o aniversário. Ele não vai disputar as eliminatórias do revezamento 4x100m. Voltará para a final.
Em Pequim, Bolt ajudou a Jamaica a ser campeã, com recorde mundial. Em Berlim terá outra chance para decolar. Se conseguir, o jovem atleta que sonha virar lenda poderá, também inspirar fábulas, a fábula do homem que sabia voar.
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