

Há quase cinco anos, ele foi convidado pelo próprio presidente venezuelano para integrar o conselho diretor da Telesur, emissora criada para se contrapor à rede americana CNN na América Latina. "A cultura imposta por Hollywood nos faz perder a identidade cultural e baixa a autoestima da população", diz o jornalista, seguindo à risca a cartilha do caudilho venezuelano. Na visão de Chávez, a Telesur é "a CNN dos humildes".Chávez formalizou o convite a Beto numa videoconferência, da qual também participou o comandante cubano Fidel Castro. Desde então, o jornalista tem viajado com frequência a Caracas para participar das reuniões do conselho, dividindo sua rotina diária entre as funções no Senado e a defesa dos interesses da agenda ideológica do presidente venezuelano. Sua principal meta é conseguir convencer o governo de Luiz Inácio Lula da Silva a se associar à empreitada de Chávez, o que demandaria constantes aportes financeiros para alavancar as

Amigo do governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), Beto levou o sinal da emissora de Chávez para a TVE paranaense e garante que todo o trabalho que faz é voluntário, sem vínculo empregatício. "Eles apenas me pagam a passagem e a hospedagem." Em 2008, ele assinou com o governo Requião um convênio de "cooperação para serviços especiais de radiodifusão de sons e imagens", no valor de R$ 528 mil. Em abril, no Fórum Social do Mercosul, saiu em defesa dos amigos. "O governador Requião tem sido vítima da tirania midiática privada porque combate os monopólios, assim como Evo Morales (presidente da Bolívia), assim como o presidente Chávez", diz.
Em artigos e fóruns de discussão, ele também defende o repasse de verbas federais para emissoras públicas e comunitárias. Seu e-mail no Senado é encontrado em listas de debate na internet sobre o tema. O senador Álvaro Dias (PSDB- PR) estranha a dupla militância do funcionário, que trabalha na TV Senado. "É preciso saber se as atividades paralelas dele com o governo Chávez são compatíveis com os horários de trabalho no Senado", questiona Dias. A outra dúvida é se essas atividades bolivarianas são compatíveis com os princípios da liberdade de expressão.
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