SELVA

SELVA

PÁTRIA

PÁTRIA

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Cirurgia Buco Maxilo Facial em discussão

A cirurgia Buco Maxilo Facial é uma especialidade da Odontologia que trata cirurgicamente doenças como traumatismos e deformidades faciais dos maxilares e da mandíbula. Muitos dos pacientes são vitimas de acidentes ou tiros. É um tratamento complexo e caro, que pode se agravar com a demora no atendimento. O problema é que são poucos os hospitais públicos que atendem esse tipo de cirurgia.
O analista tributário João Batista sofria com sonolência durante o dia todo e dificuldades para dormir à noite. O diagnóstico veio através do cirurgião-dentista: era apnéia do sono. Por causa da mandíbula pequena, o espaço para a passagem do ar era pequeno, o que dificultava a respiração enquando dormia. A solução veio com uma cirurgia. “O resultado foi excelente desde o primeiro dia da cirurgia. Apesar de estar com todo um quadro de pós-operatório, eu já dormi sem apnéia no primeiro dia no hospital e aí a qualidade de vida já se mostrou desde esse primeiro momento”, relatou João Batista.
Os cirurgiões-dentistas também realizam cirurgias em hospitais para corrigir problemas nos ossos da face dos pacientes. O IJF é referência nesse tipo de atendimento. Por mês, cerca de 60 pacientes são operados. No IJF, as fraturas de face representam 30% dos casos de trauma que dão entrada na emergência, e os pacientes têm histórias parecidas, ou de agressões físicas ou de acidentes de trânsito.
Os acidentes de moto estão no topo das estatísticas. Os casos mais graves, que precisam de cirurgias mais complicadas, são sempre aqueles em que o paciente não usava capacete. Foi o caso do pedreiro Francisco Fábio Melo. “Foi na boca também, o queixo quebrado. Foram três cirurgias”, comentou Fábio.
O coordenador do setor de cirurgia Buco Maxilo Facial do hospital explica que as operações são custeadas pelo SUS. São cirurgias caras. Além do IJF, o Hospital Geral, o Hospital Batista e o Hospital das Clínicas também atendem de graça à população, mas, segundo ele, em um número reduzido. Essa é a grande dificuldade, porque quanto mais tempo demorar para ser realizado, mais complexo e caro será o procedimento. “A gente vê casos que podem ser feitos no interior, mas como não tem profissionais, vêm pra cá. Como não tem vaga, uma cirurgia rápida vai ser feita depois de muitos dias e isso compromete a recuperação”, explicou o cirurgião-dentista Manoel Melo.
Para discutir os avanços da medicina nas cirurgias reparadoras de boca e face, especialistas se reúnem a partir desta quarta-feira (19) em Fortaleza no Congresso Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial. Serão também discutidas políticas públicas para a melhoria no atendimento odontológico. Sobre o assunto, o Bom Dia Ceará conversou com o cirurgião-dentista e também presidente do congresso, doutor Renato Maia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário