Medida faz parte de um conjunto de ações brasileiras para se firmar como ator relevante no cenário internacional
Luís Bulcão
Cerca separa assentamentos israelenses de áreas palestinas construídas (Cecília Araújo / VEJA)
O governo brasileiro anunciou, na segunda-feira, uma doação de 7,5 milhões de dólares para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA, sigla em inglês). A doação faz do Brasil o maior contribuinte entre os países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para os refugiados palestinos. Para o coordenador do departamento de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, Matias Spektor, a medida não é mero altruísmo internacional.
Além da ajuda humanitária - a contribuição ajudará a agência de assistência alimentar, que atende 106 mil refugiados, o departamento de educação, que atende 1.800 crianças, e as 20 unidades de saúde que atendem 1,2 milhão de refugiados na Faixa de Gaza -, a medida faz parte de um conjunto de ações brasileiras para se firmar como ator importante no cenário internacional. O objetivo é justificar o pleito por maior representatividade, como, por exemplo, a busca por uma vaga no Conselho de Segurança.
"O Brasil procura aumentar a presença em regiões distantes que não representam uma ameaça direta para interesses brasileiros porque acredita que, ao agir assim, vai demonstrar possuir um leque de preocupações globais. Na interpretação brasileira, isso qualifica o Brasil para jogar nas grandes ligas. Não tem como ser um jogador global sem ter opinião formada sobre a paz no Oriente Médio, que é a região mais volátil do mundo", afirma.
De acordo com Spektor, a medida não é nova e está de acordo com as ações já tomadas pelo país na mesma direção, como iniciativa para a criação do fórum permanente de diálogo entre a América do Sul e países árabes. "Os investimentos humanitários do Brasil se concentram no Haiti, em Cuba e na Palestina, justamente porque o Brasil quer se projetar no cenário internacional", diz.
Para o professor, o Brasil procura se promover como mediador das questões internacionais e o financiamento da ajuda aos refugiados da Palestina não significa uma afronta a Israel. "A melhoria das relações com Israel foi muito intensa nos últimos anos. Esse é o jogo do Brasil. Procura exercer influência na Palestina, mas busca boas relações com Israel também", afirma.
A ONU informou que, em 2010, o Brasil contribuiu com 200 mil dólares para o orçamento do programa principal, com uma doação adicional de 500 mil dólares para a reconstrução do campo de refugiados de Nahr el-Bared, no norte do Líbano. Em 2011, as doações aumentaram para 960 mil dólares para os programas centrais da UNRWA, com ênfase particular na ajuda alimentar e atividades de educação em Gaza.
Além da ajuda humanitária - a contribuição ajudará a agência de assistência alimentar, que atende 106 mil refugiados, o departamento de educação, que atende 1.800 crianças, e as 20 unidades de saúde que atendem 1,2 milhão de refugiados na Faixa de Gaza -, a medida faz parte de um conjunto de ações brasileiras para se firmar como ator importante no cenário internacional. O objetivo é justificar o pleito por maior representatividade, como, por exemplo, a busca por uma vaga no Conselho de Segurança.
"O Brasil procura aumentar a presença em regiões distantes que não representam uma ameaça direta para interesses brasileiros porque acredita que, ao agir assim, vai demonstrar possuir um leque de preocupações globais. Na interpretação brasileira, isso qualifica o Brasil para jogar nas grandes ligas. Não tem como ser um jogador global sem ter opinião formada sobre a paz no Oriente Médio, que é a região mais volátil do mundo", afirma.
De acordo com Spektor, a medida não é nova e está de acordo com as ações já tomadas pelo país na mesma direção, como iniciativa para a criação do fórum permanente de diálogo entre a América do Sul e países árabes. "Os investimentos humanitários do Brasil se concentram no Haiti, em Cuba e na Palestina, justamente porque o Brasil quer se projetar no cenário internacional", diz.
Para o professor, o Brasil procura se promover como mediador das questões internacionais e o financiamento da ajuda aos refugiados da Palestina não significa uma afronta a Israel. "A melhoria das relações com Israel foi muito intensa nos últimos anos. Esse é o jogo do Brasil. Procura exercer influência na Palestina, mas busca boas relações com Israel também", afirma.
A ONU informou que, em 2010, o Brasil contribuiu com 200 mil dólares para o orçamento do programa principal, com uma doação adicional de 500 mil dólares para a reconstrução do campo de refugiados de Nahr el-Bared, no norte do Líbano. Em 2011, as doações aumentaram para 960 mil dólares para os programas centrais da UNRWA, com ênfase particular na ajuda alimentar e atividades de educação em Gaza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário