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domingo, 20 de maio de 2012

O novo terror das FARC

Quando tudo indicava que a Colômbia ingressaria em uma era de paz, atentado põe em dúvida as ações do governo para acabar com o terrorismo

Adriana Nicacio
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FIM DA TRÉGUA
Veículos destruídos e o ex-ministro Londoño, alvo dos ataques
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O terror ressurgiu. Quando tudo indicava que a Colômbia caminhava para novo período de paz, uma bomba estourou no centro de Bogotá. O atentado matou duas pessoas, deixou 39 feridos e pôs fim às tentativas do governo Juan Manuel Santos de negociar com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Desde a morte do líder das Farc, Alfonso Cano, em novembro do ano passado, a guerrilha tem sido minada em sua capacidade operacional. O governo de Santos abandonou as grandes operações para prender ou matar os comandantes da luta armada e passou a impedir a comunicação entre as unidades do movimento espalhadas pelo país. Em 2 de abril, os guerrilheiros deram um passo de aproximação. Libertaram os últimos dez militares em seu poder e comunicaram o fim de novos sequestros, embora ainda tenham mais de 400 civis como reféns. O gesto levou esperança aos colombianos até o ataque da terça-feira 15.

O alvo do atentado foi o ex-ministro da Justiça Fernando Londoño, que saiu apenas ferido mas viu seu segurança e seu motorista morrer. Era para ser pior. Horas antes, especialistas desativaram um carro-bomba com 38 quilos de explosivos, estacionado em frente ao comando da polícia de Bogotá. As Farc não assumiram a autoria, mas o comandante da Polícia Metropolitana, general Luis Eduardo Martínez, disse que, pouco depois do atentado, foram interceptadas ligações com referência ao ataque. “A ninguém mais se pode atribuir (a não ser às Farc)”, afirmou. Está sendo investigada a participação de dez pessoas, numa parceria entre a organização terrorista e um grupo criminoso que teria recebido treinamento nos últimos três meses. Apesar da tensão, o governo acredita numa solução negociada. No próprio dia do atentado, a Câmara votou o marco legal para a paz, reforma constitucional que cria elementos jurídicos para combater os grupos terroristas. Diretor do Centro de Segurança da Universidade Sergio Arboleda, em Bogotá, Alfredo Rangel diz que as Farc estão voltando a regiões de onde tinham sido expulsas e ampliando seu recrutamento. “Antes de qualquer diálogo, é preciso fazer fortes exigências”, diz Rangel. “As Farc têm que abandonar o terrorismo, o narcotráfico e o recrutamento de menores.” Será um longo caminho para a paz.
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