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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Gurgel diz que precisará de cinco dias para responder à CPI


Parlamentares querem que procurador explique, por escrito, procedimentos adotados pela Procuradoria quando tomou conhecimento das operações Vegas e Monte Carlo

Do Portal Terra
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O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta quarta-feira (16) que considera "razoável" ser consultado apenas por escrito, sem necessidade de comparecimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as ligações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos, empresários e servidores. "Eu não deixaria (a CPI) sem resposta", disse. Em outra ocasião, Gurgel disse que ainda não recebeu o requerimento. Ele terá cinco dias úteis para responder. "Vou usar todo o prazo para elaborar uma resposta", disse.
Os parlamentares querem que Gurgel explique, por escrito, procedimentos adotados pela Procuradoria quando tomou conhecimento das operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal. A PGR é acusada de se omitir a respeito da operação Vegas, em 2009, quando a PF encaminhou os autos da investigação.
O requerimento aprovado nessa terça-feira cessou todos os outros que pediam a vinda de Gurgel ou da mulher dele, Cláudia Sampaio, que é subprocuradora-geral da República. Caso as informações sejam consideradas insuficientes pelos parlamentares, os requerimentos de convocação podem ser recolocados em pauta.
Carlinhos Cachoeira 
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.
Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o PSOL representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir ouros políticos, agentes públicos e empresas.
Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.

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