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domingo, 13 de maio de 2012

Militares lançam contraofensiva

Com a composição da Comissão da Verdade anunciada, os militares da reserva — segmento na caserna que tem permissão para se manifestar politicamente — preparam ações para contrapor os trabalhos do grupo. No Rio de Janeiro, os três clubes militares estão trabalhando na criação de comissões paralelas, para acompanhar os movimentos do colegiado nomeado pela presidente Dilma Rousseff e produzir relatórios próprios. O Clube Naval formou, há cerca de 15 dias, sua própria comissão. Em reunião ontem, ficou acertado que os clubes do Exército e da Aeronáutica também irão constituir grupos internos.
Os moldes e a forma de trabalho são inspirados na Comissão da Verdade: sete membros que irão monitorar as ações da comissão de Dilma Rousseff, produzindo relatórios e mantendo a caserna informada sobre as investigações. A intenção, segundo o almirante Veiga Cabral, presidente do Clube Naval, é contrapor as investigações sobre violações de direitos humanos ocorridas contra militantes, levantando informações sobre crimes ocorridos contra militares e seus familiares durante a ditadura.
"Para reconstituir a história, que é o que a lei diz ser o objetivo, é preciso ter as duas versões sobre os fatos. A maioria dos nomes escolhidos pela presidente têm uma ligação extrema com a esquerda e isso pode desequilibrar os resultados", afirma o almirante.


Em Brasília, militares da reserva que coordenaram a reação à formação da Comissão da Verdade tentarão assegurar, por meios judiciais, que os convocados a depor no colegiado não tenham que se manifestar. O temor do grupo se deve à previsão, na lei, de que militares serão obrigados a colaborar com os trabalhos. "Queremos que o Supremo Tribunal Federal determine ao Legislativo que aperfeiçoe a lei para que diga as salvaguardas que teremos. Vamos usar nosso direito constitucional de permanecermos calados. Se depender da gente, essa comissão vai dar em nada", afirma o coronel da reserva Pedro Ivo Moezia, um dos autores do manifesto "Alerta à Nação".
O oficial prepara um mandado de injunção para assegurar que não haverá punições futuras resultantes dos fatos apurados pela comissão. "Como vamos acreditar que não haverá punição se a própria ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) diz que daquilo poderão sair processos criminais?", questiona, em referência a declarações da ministra ao Correio, em fevereiro deste ano. (JG)

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