Com
a composição da Comissão da Verdade anunciada, os militares da reserva —
segmento na caserna que tem permissão para se manifestar politicamente —
preparam ações para contrapor os trabalhos do grupo. No Rio de Janeiro,
os três clubes militares estão trabalhando na criação de comissões
paralelas, para acompanhar os movimentos do colegiado nomeado pela
presidente Dilma Rousseff e produzir relatórios próprios. O Clube Naval
formou, há cerca de 15 dias, sua própria comissão. Em reunião ontem,
ficou acertado que os clubes do Exército e da Aeronáutica também irão
constituir grupos internos.

"Para
reconstituir a história, que é o que a lei diz ser o objetivo, é
preciso ter as duas versões sobre os fatos. A maioria dos nomes
escolhidos pela presidente têm uma ligação extrema com a esquerda e isso
pode desequilibrar os resultados", afirma o almirante.

Em
Brasília, militares da reserva que coordenaram a reação à formação da
Comissão da Verdade tentarão assegurar, por meios judiciais, que os
convocados a depor no colegiado não tenham que se manifestar. O temor do
grupo se deve à previsão, na lei, de que militares serão obrigados a
colaborar com os trabalhos. "Queremos que o Supremo Tribunal Federal
determine ao Legislativo que aperfeiçoe a lei para que diga as
salvaguardas que teremos. Vamos usar nosso direito constitucional de
permanecermos calados. Se depender da gente, essa comissão vai dar em
nada", afirma o coronel da reserva Pedro Ivo Moezia, um dos autores do
manifesto "Alerta à Nação".

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