"Não é treinamento, é guerra", afirma general que coordena as ações de segurança para o evento da ONU. Pela primeira vez, Brasil terá ação preparada para conter ataques cibernéticos
Luís Bulcão, do Rio de Janeiro
O Centro de Operações da segurança da Rio+20, no Comando Militar do Leste: preparaticos contra o ciberterrorismo
(Ernesto Carriço/AG.ODia)
O Exército apresentou na tarde desta terça-feira o Centro de coordenação de operações da Rio+20
montado no Palácio Duque de Caxias, no centro do Rio, para coordenar a
movimentação de 15 mil homens e mulheres das forças Armadas, Polícia
Federal, Polícia Militar, Polícia Civil, entre outros órgãos, envolvidos
na segurança do evento. A sala, equipada com cerca de 50 computadores,
um telão e quatro monitores, vai abrigar os chefes de todas as
instituições empregadas no planejamento para que decisões possam ser
tomadas de forma rápida e precisa. Entre as possíveis ameaças previstas
para a segurança dos mais de cem chefes de estado ou governo que já
confirmaram presença na conferência estão sequestro, terrorismo e
ciberterrorismo.De acordo com o general Adriano Pereira Júnior, responsável pela coordenação de todas as forças, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Polícia Federal, com o apoio de agências de inteligência de outros países, estão trabalhando para antecipar qualquer ameaça. O general assegura que não há motivos para grandes preocupações, mas afirma que a operação estará pronta para intervir diante de qualquer evento.
"Não é treinamento, é guerra. Nós vamos atuar para colocar em prática", afirmou. "Estamos nos preparando para tudo, mas não há motivos para achar que alguma coisa vai acontecer".
Presente à entrevista coletiva, o ministro da Defesa, Celso Amorim, elogiou o planejamento das Forças Armadas. "Pude constatar que foi feito um planejamento detalhado, com grande número de pessoas e equipamento para que a confêrencia ocorra com tranqüilidade", afirmou. De acordo com Amorim, uma das principais medidas preventivas do planejamento é a antecipação a ataques cibernéticos. "É uma ameaça nova, que pode causar transtorno", afirmou.
Ao todo 44 pessoas estarão sob a coordenação do Centro de monitoramento cibernético, comandado pelo general José Carlos dos Santos. O orçamento para os equipamentos e softwares de defesa cibernética na Rio+20 é estimado em 20 milhões de reais. "É possível interromper o fornecimento de energia através de ataques de hackers, então a energia no Rio Centro virá de geradores", afirmou Santos. "Embora seja fácil derrubar uma página, existem ferramentas que identificam requisições maliciosas que estão sendo preparadas exclusivamente para a Rio+20. Isso diminuirá bastante a possibilidade de derrubar a página principal".
Terrorismo - De acordo com o general Adriano, pelo menos cinco comandos especializados em ações anti-terror estarão de prontidão - Brigada de Operações Especiais do Exército, Fuzileiros Navais, Bope, Polícia Civil e Polícia Federal. "A Abin está fazendo trabalho de inteligência. A probabilidade é baixa. Mas por mais baixa que seja, estamos nos prevenindo", afirmou o general Adriano.
Nenhum aeroporto será fechado durante a conferência. O que pode ocorrer são modificações de horários da aviação civil porque os aviões que estiverem transportando chefes de governo ou de estado terão prioridade de pouso e decolagem. As principais vias por onde vão passar os comboios - avenida Brasil, Linha Vermelha, Aterro do Flamengo -serão monitoradas com tropas do exército, mas nenhuma comunidade será ocupada. "O Rio está em paz. Vamos tentar intervir o mínimo possível no cotidiano da população", garante o general Adriano.
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