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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Governo chinês teria ameaçado matar mulher de dissidente

Chen diz que deixou a embaixada dos EUA para garantir a segurança da família



Chen Guangcheng, ao lado de sua mulher, Yuan Weijing, e filho (Reuters )

O ativista chinês cego Chen Guangcheng disse que as autoridades chinesas ameaçaram matar sua mulher caso ele não deixasse a embaixada americana em Pequim, na China. O dissidente permaneceu seis dias na embaixada, até que se deslocou para um hospital nesta quarta-feira. Segundo seu advogado, Li Jinsong, Chen está "bem de saúde" e ao lado da mulher e de seus dois filhos, "sob proteção americana".
Chen escapou de sua casa em 22 de abril, após passar mais de um ano e meio confinado em prisão domiciliar e buscou refúgio na embaixada dos Estados Unidos. Em uma entrevista por telefone do quarto do hospital para onde foi levado, Chen disse que os oficiais americanos retransmitiram a ameaça do lado chinês.
O ativista concordou em deixar a embaixada após ter garantido que receberia auxílio médico e que poderia reencontrar a família. Agora, ele diz que quer deixar o país por temer por sua segurança e de sua família. Oficiais americanos disseram não ter conhecimento da ameaça, mas confirmaram que Chen foi avisado de que sua família seria enviada de volta para casa caso ele permanecesse na embaixada.
Direitos humanos - O advogado cego, famoso por ter denunciado abortos e esterilizações forçadas em mais de 7.000 mulheres em sua província natal, Shandong, cumpriu quatro anos e três meses de prisão por "ter destruído propriedades e criado alvoroços públicos" - uma sentença que, segundo grupos de direitos humanos, foi imposta pelas autoridades locais por vingança contra seu ativismo.
Nesta quarta-feira, o governo chinês se manifestou pela primeira vez sobre o caso desde que Chen fugiu de sua prisão domiciliar em Shandong, pedindo aos EUA que se desculpasse por ter se intrometido em seus assuntos internos. O governo americano, contudo, disse nesta quarta-feira que seguirá acompanhando o caso de Chen.
A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, disse que é crucial assegurar que o governo chinês mantenha sua promessa de não persegui-lo. Segundo ela, a China entrou em acordo com o ativista sobre o seu futuro. "Chen e o governo chinês alcançaram vários acordos sobre seu futuro, incluindo a oportunidade de buscar uma melhor educação em um contexto mais seguro", afirmou Hillary.



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